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Merkel dá os parabéns a Schäuble e mantém silêncio sobre permanência nas Finanças

No dia em que Wolfgang Schäuble comemora o 75.º aniversário, a chanceler alemã manteve o silêncio sobre a continuidade do seu colega de partido como ministro das Finanças após as eleições do próximo domingo. Os liberais exigem a pasta das Finanças para integrarem eventual coligação governamental com os democratas-cristãos.

Reuters
18 de Setembro de 2017 às 14:14
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Apesar dos parabéns dados, Angela Merkel não dá garantias de que Wolfgang Schäuble permaneça como seu ministro das Finanças no provável quarto governo que a chanceler alemã irá liderar após as eleições federais agendadas para o próximo domingo, 24 de Setembro.

 

Esta segunda-feira, 18 de Setembro, dia em que os democratas-cristãos organizaram uma festa para comemorar os 75 anos de Schäuble, Angela Merkel saudou o seu companheiro de partido mas não deu qualquer pista sobre a continuidade do ex-líder da CDU como responsável pelas Finanças, isto depois de os liberais terem dito, este domingo, que pretendem assumir essa pasta se vierem a integrar uma coligação de governo com o centro-direita.

 

"Neste momento estamos a lutar em conjunto para assegurar que [governaremos] pelo menos mais quatro anos", disse a chanceler germânica no evento que decorreu esta manhã em Offenburg, no estado de Baden-Wuerttemberg. Antes tinha dado, em nome próprio e do partido, os "parabéns" e feito um "especial agradecimento" a Schäuble por tudo o que fez pela CDU e pela Alemanha.

 

Mais do que o vencedor das eleições deste domingo, as duas maiores incógnitas em torno do próximo acto eleitoral prendem-se com a coligação que será formada – já que a CDU apesar de ter como muito provável a vitória deverá, muito provavelmente, ficar aquém da maioria absoluta – e com o futuro titular das Finanças que, nos últimos oito anos, estiveram a cargo do histórico e ex-líder democrata-cristão, Wolfgang Schäuble.

 

Os liberais do FDP, aliado natural da CDU com quem Merkel esteve coligada no segundo mandato e apontado como mais provável parceiro de coligação após 24 de Setembro, reclamaram para si essa pasta como contrapartida para viabilizarem um quarto mandato de Angela Merkel como chanceler.

 

Em entrevista ao diário Bild publicada neste domingo, Alexander Hahn, membro da direcção nacional do FDP, defendeu que os liberais "não devem entrar em nenhum governo no qual não possam nomear um ministro das Finanças".

 

O facto de após as eleições de 2009 o FDP ter formado governo com Merkel sem exigir um liberal a chefiar o Ministério das Finanças é ainda hoje apontado como um erro crasso.

 

A pasta acabou nas mãos de Schäuble que, por sua vez, acabou por não cumprir as promessas eleitorais de cortes de impostos feitas pelo FDP, partido que foi depois punido nas eleições de 2013 ao ver-se arredado do Bundestag dado não ter alcançado o limiar mínimo de 5% que assegura a entrada no Parlamento alemão.

Além da vitória da CDU e do segundo lugar para os social-democratas (SDP) de Martin Schulz, nesta altura as sondagens apontam como cenário mais provável a reentrada do FDP no Bundestag bem como a estreia do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) no Parlamento germânico. O AfD pode mesmo ser a terceira força, sendo que não participará em qualquer solução governativa dada a completa rejeição dos restantes partidos ao programa xenófobo desta força.

Seja como for, depois do próximo domingo será o tempo de negociar coligações, sabendo-se desde já que a pasta das Finanças será a mais apetecível para qualquer dos potenciais parceiros de coligação da CDU. A manutenção de Schäuble dependerá também do partido, ou partidos, que se juntem a Merkel, dado que a visão mais ortodoxa - quer sobre matérias financeiras em geral, quer sobre a União Europeia e a política monetária do BCE - do actual ministro é bem mais compaginável com o programa do FDP do que, por exemplo, dos Verdes ou até mesmo do SPD agora liderado por Schulz.

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