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Eleições na Alemanha: Merkel pode ter dificuldades em convencer FDP a coligar-se
No segundo mandato de Angela Merkel à frente do governo alemão, para governar, a chanceler uniu forças ao FDP. Mas o Partido Democrático Livre terá agora algumas reservas a voltar a “acompanhar” Merkel numa "dança" de quatro anos.
Angela Merkel tem boas possibilidades de voltar a ser eleita chanceler da Alemanha nas próximas eleições, que se realizam em Setembro. O barómetro do INSA publicado há dois dias dava à CDU de Merkel 38% das intenções de voto, 14 pontos percentuais à frente do SPD (24%) de Martin Schulz, principal rival da actual chanceler e ex-presidente do Parlamento Europeu. E esta tendência não é nova já que as últimas sondagens indicam o mesmo desfecho.
Mas o quarto mandato de Merkel pode não ser diferente dos outros. A actual líder da maior economia da Zona Euro precisou sempre de encontrar parceiros de coligação. E o FDP (Freie Demokratische Partei, Partido Democrático Livre, em português), com quem a CDU de Merkel se coligou no seu segundo mandato, não parece estar totalmente disponível para uma nova parceria.
Depois de quatro anos fora do parlamento, o FDP, segundo as sondagens citadas pela Bloomberg, deverá regressar aos corredores do Bundestag. A ausência de quatro anos foi ditada pelo facto de partido não ter conseguido impor a sua agenda de cortes nos impostos e devido às lutas com a CDU devido aos resgates à Grécia.
Agora, os líderes do partido consideram que seja possível que Angela Merkel os convide a coligarem-se novamente para formarem governo. Mas o sim não estará garantido. "Se pudesse ser um rato e ouvir [o que dizemos] quando temos as reuniões no FDP, descobriria que esse não é realmente o debate", disse em entrevista à Bloomberg, Otto Fricke, membro da liderança nacional do partido.
O responsável acrescentou que integrar o próximo governo germânico "não é importante" para o FDP nesta altura. Mas assume que "claro que todos os políticos, no final, precisam de poder".
O partido de Otto Fricke quer cortes nos impostos para a classe média na ordem dos 30 mil milhões de euros, duas vezes mais que o valor que Angela Merkel tem apontado. Além disso o FDP defende também uma expansão da rede de fibra óptica e promover a excelência na área da educação, de acordo com a mesma fonte.
"Passámos por isto nos últimos quatro anos com os democratas cristãos, tivemos números óptimos mas falhamos", apontou. Desta vez, a questão é "podemos transformar um país, que é bem gerido, e torna-lo apto para o futuro" ou vamos ter uma "chanceler que: bem, o mesmo que temos tido".
No caso de vitória, Merkel, além do FDP, pode tentar uma coligação com o Verdes e os Sociais Democratas, o segundo maior partido na Alemanha e o actual aliado da chanceler.