Notícia
Medo da recessão volta a atacar Alemanha com coronavírus à espreita
O Deutsche Bank apontou para uma ligeira contração da economia alemã no quarto trimestre do ano passado e alerta que o cenário se pode manter nos primeiros três meses deste ano.
Os receios de uma recessão voltam a estar presentes na Alemanha, uma vez que os analistas do Deutsche Bank estão a antever uma contração da maior economia europeia no último trimestre do ano passado e colocam a possibilidade de esta se prolongar para os primeiros três meses deste ano.
Os números sobre o PIB (produto interno bruto) germânico serão divulgados na próxima sexta-feira, dia 14 de fevereiro, e a previsão média aponta para uma expansão de 0,1%. No entanto, quase 30% dos analistas apontam para uma contração.
O economista do maior banco da Alemanha, Stefan Schneider, disse que a economia do país se iria ressentir com o impacto do coronavírus e ia contrair cerca de 0,2% entre janeiro e março deste ano, que conclui que "uma recessão técnica após os primeiros três meses deste ano é extremamente provável", numa nota divulgada pela Bloomberg.
Dos períodos trimestrais consecutivos em contração significa uma recessão técnica o que, a acontecer na maior economia da Zona Euro, poderá pressionar o governo germânico a abrir os cordões à bolsa com os gastos públicos, injetando dinheiro na economia.
Desde 1990, ano da reunificação do país, a Alemanha apenas aumentou deliberadamente os gastos para animar o crescimento económico uma vez, como resposta à crise financeira de 2008 – com uma injeção de 50 mil milhões de euros.
No ano passado, o gatilho da recessão esteve prestes a ser ativado no final do terceiro semestre, mas a economia conseguiu respirar nos três meses que antecederam setembro. Na altura, o ministro das Finanças, Olaf Scholz, disse que poderá ser disponibilizado um montante semelhante se for necessário.
Atualmente, o vírus já levou ao encerramento de inúmeras fábricas na China e afetou a procura global por ativos, como é o caso do petróleo. Hoje, a OPEP cortou a sua previsão de petróleo para o primeiro trimestre deste ano em cerca de dois terços, uma vez que a procura na China diminuiu em mais de 3 milhões de barris por dia.