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Mário Centeno prefere “uma solução muito cooperativa” em relação ao Brexit
O ministro das Finanças diz não ser um “hardliner” e prefere que as negociações sejam o mais suaves possível.
Durante um fórum organizado pela Bloomberg, Mário Centeno sublinhou que a Europa está a entrar "em águas nunca exploradas" e que devem ser aproveitadas as oportunidades que surjam com a saída do Reino Unido da União Europeia, sem sacrificar a proximidade entre as duas zonas.
"Não sou um hardliner. Prefiro uma solução muito cooperativa", afirmou o governante esta manhã. "Não estou preocupado com o tempo que vai demorar, acho é fundamental que o processo de tomada de decisão defina as regras que o guiarão, para que os agentes económicos tomem decisões com base nessas regras."
Centeno argumenta que, mais relevante do que decidir se a negociação deve ser mais ou menos dura entre as duas partes, o importante é definir primeiro essas regras.
Quanto a Portugal, frisou que a relação com o Reino Unido, "económica e diplomática, é muito longa e queremos que seja estável e que sobreviva ao processo". Minutos antes já tinha deixado claro que o Governo pretende manter a maior proximidade possível no pós-Brexit: "Precisamos do Reino Unido para o nosso futuro económico. Pensamos que é muito importante manter a economia do Reino Unido próxima da economia europeia […] é chave para as nossas empresas, para a nossa economia."
O Reino Unido accionou esta quarta-feira, 29 de Março, às 12:30 o artigo 50.º, ao entregar uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que inicia o processo de saída da União Europeia. Os dois blocos têm agora dois anos para negociar os termos da saída.