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Marcelo culpa Europa pelos problemas no encaminhamento de refugiados

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, culpou hoje a Europa pelos problemas que existem no encaminhamento de refugiados, afirmando que Portugal está disponível para "receber uns milhares" e que "acabam por vir umas dezenas".

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22 de Abril de 2016 às 17:00
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"O problema está a nível europeu. Há disponibilidade e, depois, é difícil encontrar, com rapidez, refugiados que possam vir para Portugal e é até uma situação um pouco incompreensível", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

 

O chefe de Estado falava aos jornalistas à entrada para um almoço com um grupo de refugiados no Centro Humanitário de Évora da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), depois de visitar a Universidade de Évora e a Fundação Eugénio de Almeida.

 

Marcelo admitiu haver refugiados que preferem ir para a Alemanha, porque "receberam essa mensagem há já muitos meses", mas observou que existe outro problema que disse não saber qualificar.

 

"Não sei se é burocrático, se é administrativo, que é a dificuldade de fazer o encaminhamento. O total de refugiados que já foi recebido por países da União Europeia é insignificante para o que foi prometido e para as necessidades", notou.

 

Assinalando que Portugal é dos países que "mais tem mostrado vontade de receber" refugiados, o Presidente da República lamentou que, perante a disponibilidade "para receber uns milhares", depois, acabem "por vir umas dezenas".

 

Esta situação "está a passar-se por toda a Europa" e revela que "há alguma coisa que não funciona bem", apontou, frisando que o problema "não tem a ver com a sociedade portuguesa, nem com o Governo português".

 

Antes do almoço, o chefe de Estado conheceu, na primeira pessoa, a história de um refugiado sírio, que vive em Évora há cerca de dois meses.

 

Nour Nasser contou que deixou a sua família em Damasco, na Síria, e que tentou atravessar o mediterrâneo, mas, na primeira tentativa, o barco, de oito metros e com 65 pessoas a bordo, começou a meter água e as pessoas tiveram de pedir ajuda à guarda costeira.

 

Três meses depois, viajou novamente da costa turca para a Ilha de Samos, na Grécia, onde conseguiu entrar no programa de recolocação de refugiados.

 

Confessando que pretendia ir para a Alemanha, por não saber nada sobre Portugal, excepto sobre Cristiano Ronaldo, Luís Figo e o Benfica, Nour Nasser mostrou-se feliz por estar em terras lusas.

 

Um outro refugiado sírio que chegou a Portugal, acompanhado pelo seu pai de 86 anos, tentou sensibilizar o Presidente da República para o problema de ter deixado as filhas e a esposa grávida na Turquia.

 

Na universidade alentejana, Marcelo deu autógrafos e tirou fotografias com estudantes, assistiu a uma pequena actuação do grupo académica Seistetos e assinou o livro de honra da academia, na Sala dos Atos, onde lembrou a sua passagem pela instituição.

 

Com algumas ruas fechadas ao trânsito, o Presidente da República e a comitiva deslocaram-se a pé desde a universidade até ao Laboratório Hércules, uma infra-estrutura da academia, e, pelo caminho, foi cumprimentado pelos populares que com ele se cruzaram.

 

Já no Fórum Eugénio de Almeida, o chefe de Estado "reencontrou" Henrique Granadeiro, membro do conselho de administração da Fundação Eugénio de Almeida, visitou uma exposição e recebeu do movimento de cidadãos Évora Unida um documento contra o traçado da nova linha ferroviária entre Sines e Caia.

 

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