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Maiores economias da Zona Euro surpreendem pela positiva no quarto trimestre
A economia francesa registou uma quebra menos acentuada do que o previsto, enquanto Alemanha e Espanha conseguiram mesmo variações positivas no PIB, quando comparado com o terceiro trimestre.
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As maiores economias da Zona Euro mostraram resiliência ao agravar da pandemia da covid-19 durante o quarto trimestre, conseguindo um desempenho superior ao que os economistas estavam à espera.
A economia francesa registou uma quebra menos acentuada do que o previsto, enquanto Alemanha e Espanha conseguiram mesmo variações positivas no PIB, quando comparado com o terceiro trimestre.
Uma evolução que indica que as grandes economias da Zona Euro e as companhias destes países conseguiram adaptar-se ao "novo normal" das elevadas restrições impostas pelos governos para travar a propagação da pandemia. Ainda assim, a situação agravou-se no arranque de 2021, pelo que as perspetivas para o primeiro trimestre continuam negativas.
A economia espanhola foi a que mais surpreendeu pela positiva. O PIB daquele que é um dos países europeus mais afetados pela pandemia subiu 0,4% no quarto trimestre face aos três meses anteriores, quando os economistas apontavam para uma quebra de 1,4%.
A recuperação da economia espanhola ficou a dever-se sobretudo à forte retoma do consumo das famílias. Mas quando olhamos para o conjunto do ano permanece bem visível o forte impacto da pandemia na economia do país vizinho, uma vez que o PIB sofreu uma contração histórica de 11%.
A forte dependência do turismo, tal como acontece em Portugal, explica o facto de a economia espanhola ser das mais penalizadas na Zona Euro.
Segundo o El Pais, a queda de 11% em 2020 é a mais grave em 85 anos, ou seja, desde a guerra civil que assolou o país na primeira metade do século passado. Segundo o jornal, a produção caiu 130 mil milhões de euros, o que equivale ao dinheiro que o país gasta todos os anos a pagar pensões.
PIB cai em França e sobe na Alemanha
Em França o PIB recuou 1,3%, bem menos que os 4% estimados pelos economistas, com aquela que é a segunda maior economia da Zona Euro a beneficiar com o forte crescimento do consumo das famílias no mês de dezembro.
Ainda assim, no conjunto do ano de 2020 o PIB francês recuou 8,3% e está atualmente cerca de 5% abaixo do nível pré-pandemia. O Governo francês está a equacionar avançar com o terceiro confinamento desde o início da pandemia, o que ameaça a previsão de crescimento do PIB de 6% que está estimada para este ano.
Por fim, na economia alemã o quarto trimestre foi de crescimento, apesar de grande parte deste período o país ter estado em confinamento. O PIB cresceu 0,1% em cadeia, superando as previsões dos economistas que apontavam para uma estagnação.
A maior economia da Zona Euro foi impulsionada pelas exportações e setor da construção, sendo que no conjunto de 2020 a queda do PIB foi de 3,9%, bem abaixo das recessões sofridas noutros países do euro.
Para o primeiro trimestre as perspetivas não são positivas, já que o confinamento deverá prolongar-se por fevereiro e o atraso nas entregas de vacinas pode dificultar o alívio das restrições. O Governo alemão já cortou a estimativa de crescimento de 2021 para 3% e avisou que o regresso aos níveis pré-covid só em meados de 2022.