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Islândia baixa desemprego para 4% e economia cresce 3,5% em 2015

As expectativas do FMI apontam para uma descida do desemprego na Islândia, ao mesmo tempo que a economia cresce 3,5% e as contas públicas estão equilibradas. Dados que mostram que o primeiro país a ser resgatado depois da crise financeira continua a recuperar.

Bloomberg
13 de Março de 2015 às 16:15
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A Islândia alcançou uma "posição macro-económica relativamente forte com boas perspectivas de crescimento", considera o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório com a quinta avaliação pós-programa ao país que precisou de um resgate em 2008 na sequência da crise financeira.

 

A crise no país foi profunda, com a riqueza a cair 10% em apenas dois anos e a taxa de desemprego a mais do que duplicar para um nível recorde de 11,9%. Mas as perspectivas agora são bem diferentes, com o FMI a antecipar uma queda da taxa de desemprego para 4% e a economia a crescer 3% ao ano entre 2015 e 2017, depois do país ter adoptada uma estratégia divergente da recomendada pelas instituições internacionais.

 

No relatório publicado esta sexta-feira, o FMI adianta que esta prestação é "suportada por uma procura interna robusta e pelo turismo", com as famílias a beneficiarem com o alívio na dívida e com a descida dos preços das matérias-primas.

 

Segundo o FMI o produto interno bruto da Islândia vai crescer 3,5% este ano, quase duplicando o registado em 2014. Para 2016 é estimada uma expansão de 3,2%. Quanto ao desemprego, a taxa deverá recuar para 4% este ano e manter-se em 2016, depois de se ter situado em 5% em 2014 e 5,4% em 2013.

 

Na frente orçamental a Islândia deverá fechar este ano com um excedente de 0,1% do PIB, no segundo ano consecutivo de contas públicas com saldo positivo (1,8% do 2014), depois de sete anos consecutivos de défices orçamentais. Na balança de pagamentos a Islândia deverá fechar 2015 com um excedente de conta corrente de 6,1% do PIB, acima dos 4,7% registados no ano passado.

 

O FMI aponta para uma taxa de inflação de 0,8% este ano, abaixo da meta de 2,5%, com os salários reais a registarem um crescimento de quase 6%.

 

O FMI destaca o "progresso positivo" que a Islândia alcançou na estabilização financeira do país, assinalando que as perspectivas apontam para "um crescimento sustentado, estabilidade nos preços e descida dos rácios de dívida. Alerta contudo que o país continua a enfrentar desafios, destacando o abrandamento do crescimento da economia global, a pressão de aumento de salários e a incerteza sobre a liberalização da circulação de capitais".

 

A instituição liderada por Christine Lagarde elogia ainda a capacidade da Islândia em reembolsar de forma antecipada o empréstimo do FMI e estratégia de redução da dívida pública do país.

 

O presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson, atribuiu recentemente parte do sucesso da recuperação da Islândia ao facto de o país não ter dado ouvidos aos organismos internacionais, especialmente a Comissão Europeia, que recomendavam a aplicação de medidas de austeridade.

 

Olafur Grissom explicou ainda que a economia está hoje apoiada no turismo e nas exportações de peixe, sobretudo bacalhau. A indústria turística está a crescer há três anos, a um ritmo de 15% a 20%. O país, que tem 320 mil habitantes, recebe todos os anos cerca de um milhão de turistas, provenientes da Europa e dos Estados Unidos, e agora também da Ásia.

 

Foi esta sexta-feira notícia o facto de a Islândia ter colocado um ponto final no processo de adesão à União Europeia (UE).

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