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Inflação elevada em Espanha e França leva a "apostas" da taxa terminal do BCE em 4%

A inflação em França e Espanha foi em sentido contrário ao esperado pelos analistas, levando o mercado a subir a taxa de juro máxima, que poderá ser atingida pelo Banco Central Europeu, colocando-a em 4% pela primeira vez.

Reuters
28 de Fevereiro de 2023 às 12:03
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Os investidores estão a aumentar as expectativas sobre onde chegará o pico das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), situando essa taxa terminal em 4% pela primeira vez desde o início do ciclo de aperto monetário do BCE. Isto depois da inflação em Espanha e em França relativa a fevereiro ter revelado valores acima do esperado.

A taxa de inflação preliminar em França subiu para 6,2% em termos homólogos, mais duas décimas do que em janeiro, sendo que índice harmonizado ascendeu a 7,2%, o valor mais elevado desde a fundação da Zona Euro, em 1999. Já em Espanha os preços preliminares aumentaram para 6,1%, depois de terem sido de 5,9% em dezembro.

Os analistas esperavam que o índice de preços do consumidor se mantivesse inalterado em França, na casa dos 7% e uma desaceleração em Espanha.

Estes valores foram divulgados antes da inflação na Zona Euro, já esta quinta-feira, com os economistas a perspetivarem uma desaceleração para 8,1%, após ter sido de 8,6% em janeiro. Mas tal poderá não acontecer, ressalvam os analistas ouvidos pela Bloomberg e Financial Times.

Estas fortes leituras da inflação na segunda e quarta maior economia da Zona Euro dão assim força a uma possível subida de 50 pontos base na reunião de março do Banco Central Europeu. Os investidores têm "apostado" na extensão de uma política monetária mais "hawkish" por parte do BCE, tirando de cima da mesa a possibilidade de um corte nos juros diretores ainda este ano.

Na manhã desta terça-feira, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, explicou, em entrevista à Reuters, que uma vez que os juros atinjam o pico o banco central poderá manter esses valor em níveis elevados durante algum tempo.

Face aos dados divulgados, os juros das dívidas da Zona Euro estão a agravar, sendo que a "yield" das Bunds alemãs a dois anos, a mais sensível a decisões de política monetária, negoceia no valor mais elevado desde a crise financeira de 2008.
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