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Há quatro anos que as empresas não tinham tão pouca esperança no futuro

A actividade económica da Zona Euro está em mínimos de dois anos. Mas pior estão as expectativas das empresas face ao futuro. As medidas proteccionistas e a incerteza política em alguns países são os factores negativos.

06 de Novembro de 2018 às 10:44
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Depois do travão do terceiro trimestre, o arranque do quarto trimestre deste ano não traz melhores notícias. Os dados do PMI (índice de gestores de compras) compósito da Markit Economics para Outubro mostram que a desaceleração está para ficar. O índice mede a actividade da indústria e dos serviços fixou-se em 53,1 pontos.

Este é o PMI mais baixo desde Setembro de 2016. Além disso, representa uma descida face aos 54,1 pontos registados em Setembro. A desaceleração sente-se mais na indústria do que nos serviços. Neste indicador as leituras acima de 50 pontos indicam expansão, enquanto as leituras abaixo desse limiar indicam contracção. 

Esta desaceleração da economia europeia está ligada à fraca dinâmica dos novos negócios, segundo a IHS Markit. Além disso, acumulam-se preocupações sobre a actividade económica no futuro com a confiança dos empresários a afundar para um mínimo de quatro anos. As empresas estão preocupadas com as medidas proteccionistas a nível global assim como com os desenvolvimentos políticos. 


"As empresas da Zona Euro relatam um início desapontante do quarto trimestre", afirma Chris Williamson. O economista-chefe da IHS Markit explica que "a actividade empresarial está a crescer ao ritmo mais baixo dos últimos dois anos e as expectativas (face ao futuro) caíram bruscamente para mínimos desde o final de 2014". Estes são indicadores preocupantes dado que o terceiro trimestre já foi de travagem.
De acordo com os números do Eurostat, PIB da Zona Euro cresceu 1,7% no terceiro trimestre, o que representa uma desaceleração face ao primeiro semestre em que a economia europeia cresceu 2,3%. Este é o crescimento homólogo num trimestre mais baixo desde o quarto trimestre de 2014. Esta travagem da economia europeia já tinha vindo a ser antecipada pela maior parte das instituições internacionais que reviram em baixa o PIB da Zona Euro para este ano. 

"Já é claro que a economia desacelerou e que essa fraqueza se intensificou no quarto trimestre", vaticina Williamson, referindo o caso de Itália como um exemplo de uma economia europeia que travou a fundo. A economia italiana estagnou do segundo para o terceiro trimestre (em cadeia) e cresceu 0,8% em termos homólogos. A incerteza política terá pesado assim como a turbulência nos mercados financeiros que atingiu a dívida pública e o sector bancário. 

Na Alemanha também já se sente essa queda, ao passo que em França e Espanha a economia continua a crescer a um bom ritmo. A economia espanhola cresceu 2,5% no terceiro trimestre, escapando à desaceleração sentida no conjunto da Zona Euro.

A desaceleração da economia europeia é particularmente problemática para o Banco Central Europeu que iniciou a retirada dos estímulos monetários. A próxima reunião em Frankfurt será no dia 13 de Novembro, daqui a uma semana.
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