Notícia
Há acordo de governo mas 5 Estrelas e Liga voltam a pedir mais tempo a Mattarella
Di Maio revelou que o 5 Estrelas e a Liga pediram mais tempo ao presidente Mattarella para "ultimar" o programa de governo. O líder do 5 Estrelas explicou que não há ainda nomes definidos para o elenco governativo porque o importante é definir primeiro o programa de governo.
Ainda não foi desta que o presidente italiano Sergio Mattarella recebeu a indicação do nome que o próprio proporá como candidato a primeiro-ministro. Os líderes dos partidos anti-sistema, que este domingo chegaram a acordo para formar governo e desbloquear o impasse político vigente em Itália há mais de dois meses, pediram mais tempo ao presidente transalpino para "ultimar o programa do governo".
Foi um balde de água fria para Mattarella, que na semana passada travou a possibilidade de ele próprio avançar com um governo de iniciativa presidencial, concedendo mais tempo ao 5 Estrelas e à Liga para explorarem as possibilidades de formação de um executivo com suporte maioritário.
Depois de um encontro de cerca de 30 minutos com Mattarella, o líder do 5 Estrelas, Luigi Di Maio, confirmou ter pedido a Mattarella "mais tempo para ultimar o programa de governo". "Pedimos a Mattarella alguns dias para podermos fechar definitivamente a discussão sobre os temas" do acordo de governo, explicou Di Maio que garantiu estar de acordo com Matteo Salvini, líder da Liga, de que a discussão sobre os nomes do próximo governo é secundária e não será feita publicamente.
"Mudaram os ritos da política. Primeiro discute-se o que precisam os italianos e só depois os nomes que vão executar o programa", atirou o "grillino" prometendo que em causa está a negociação de um "governo de mudança" que, se avançar, vai dar início à "Terceira República, em que os cidadãos dão um passo em frente e os políticos um passo atrás". Depois da vitória eleitoral de 4 de Março, Di Maio prometeu a instauração da Terceira República.
Para sossegar Mattarella, Di Maio disse ainda aos jornalistas que a negociação com Salvini está a decorrer com o objectivo de "escrever um programa de governo para os próximos cinco anos", confirmando a intenção de acordar um "governo de legislatura". Ou seja, um governo para cinco anos.
Di Maio reconheceu a importância de apressar a conclusão do acordo com a Liga, admitindo a existência de constrangimentos ao nível internacional, designadamente no que diz respeito à União Europeia. Ainda assim, o líder do 5 Estrelas notou que o pedido de tempo adicional não está somente relacionado com a discussão sobre o programa de governo, mas também com a necessidade de submeter o mesmo a aprovação dos militantes do partido fundado por Beppe Grillo.
Apesar das garantias deixadas por Di Maio, em causa estará também não só a falta de consenso sobre o nome do futuro primeiro-ministro como também do restante elenco governativo. Sendo o líder do partido mais votado, Di Maio queria para ele a liderança do próximo executivo. Já Salvini, líder do partido mais votado da coligação de direita, a força mais votada nas eleições de 4 de Março, defendia ser dele a responsabilidade de liderar o governo. Perante o impasse, Di Maio e Salvini acordaram prescindir da chefia do governo e escolher um nome aceitável para as bases dos dois partidos anti-sistema. Mas como se viu até agora, não está a ser fácil encontrar esse nome.
Salvini confirma grande distância entre a Liga e o 5 Estrelas
Depois de Di Maio, foi a vez de Matteo Salvini se reunir com Mattarella. Findo o encontro com o presidente da República, que optou por não prestar declarações, Salvini dirigiu-se aos jornalistas para confirmar que há ainda discussões em curso para consensualizar um programa de governo entre dois partidos que permanecem "muito distantes" em temas como a imigração ou a Europa.
Também Salvini fez questão de frisar que a separar os dois partidos não estão nomes mas um programa para o país. Salvini sublinhou que se a Liga estivesse a pensar em "lugares e sondagens" seria o primeiro partido a "deixar tudo nas mãos" de Mattarella e ficar à espera de novas eleições. Muito pelo contrário, o interesse da Liga e de Salvini é zelar pelo país: "meto-me em jogo pessoalmente para dar um governo estável a este país", afirmou.
O líder da Liga assumiu depois que o partido considera fundamental cumprir as principais promessas eleitorais (ver aqui) como o fim da reforma Fornero e a redução de impostos. Salvini confirmou depois que, para cumprir as promessas feitas Itália "terá de discutir os vínculos externos", designadamente as "regras europeias" que constrangem a possibilidade de seguir políticas que garantam o "direito ao trabalho". Certo, afiança, é que só fará parte de um governo capaz de "fazer coisas".
A imprensa transalpina escreve que o presidente teme manobras dilatórias que atrasem ainda mais a formação de um governo que Mattarella quer em funções o quanto antes para começar a preparar o orçamento para 2019. A jornalista Barbara Tedaldi fala em "impaciência" de Mattarella, até porque a possibilidade de o acordo de governo ser rejeitado pelos membros do 5 Estrelas é um obstáculo que não estava na equação. (Notícia actualizada pela última vez às 18:29 com declarações de Salvini)
Foi um balde de água fria para Mattarella, que na semana passada travou a possibilidade de ele próprio avançar com um governo de iniciativa presidencial, concedendo mais tempo ao 5 Estrelas e à Liga para explorarem as possibilidades de formação de um executivo com suporte maioritário.
"Mudaram os ritos da política. Primeiro discute-se o que precisam os italianos e só depois os nomes que vão executar o programa", atirou o "grillino" prometendo que em causa está a negociação de um "governo de mudança" que, se avançar, vai dar início à "Terceira República, em que os cidadãos dão um passo em frente e os políticos um passo atrás". Depois da vitória eleitoral de 4 de Março, Di Maio prometeu a instauração da Terceira República.
Para sossegar Mattarella, Di Maio disse ainda aos jornalistas que a negociação com Salvini está a decorrer com o objectivo de "escrever um programa de governo para os próximos cinco anos", confirmando a intenção de acordar um "governo de legislatura". Ou seja, um governo para cinco anos.
Di Maio reconheceu a importância de apressar a conclusão do acordo com a Liga, admitindo a existência de constrangimentos ao nível internacional, designadamente no que diz respeito à União Europeia. Ainda assim, o líder do 5 Estrelas notou que o pedido de tempo adicional não está somente relacionado com a discussão sobre o programa de governo, mas também com a necessidade de submeter o mesmo a aprovação dos militantes do partido fundado por Beppe Grillo.
Apesar das garantias deixadas por Di Maio, em causa estará também não só a falta de consenso sobre o nome do futuro primeiro-ministro como também do restante elenco governativo. Sendo o líder do partido mais votado, Di Maio queria para ele a liderança do próximo executivo. Já Salvini, líder do partido mais votado da coligação de direita, a força mais votada nas eleições de 4 de Março, defendia ser dele a responsabilidade de liderar o governo. Perante o impasse, Di Maio e Salvini acordaram prescindir da chefia do governo e escolher um nome aceitável para as bases dos dois partidos anti-sistema. Mas como se viu até agora, não está a ser fácil encontrar esse nome.
Salvini confirma grande distância entre a Liga e o 5 Estrelas
Depois de Di Maio, foi a vez de Matteo Salvini se reunir com Mattarella. Findo o encontro com o presidente da República, que optou por não prestar declarações, Salvini dirigiu-se aos jornalistas para confirmar que há ainda discussões em curso para consensualizar um programa de governo entre dois partidos que permanecem "muito distantes" em temas como a imigração ou a Europa.
Também Salvini fez questão de frisar que a separar os dois partidos não estão nomes mas um programa para o país. Salvini sublinhou que se a Liga estivesse a pensar em "lugares e sondagens" seria o primeiro partido a "deixar tudo nas mãos" de Mattarella e ficar à espera de novas eleições. Muito pelo contrário, o interesse da Liga e de Salvini é zelar pelo país: "meto-me em jogo pessoalmente para dar um governo estável a este país", afirmou.
O líder da Liga assumiu depois que o partido considera fundamental cumprir as principais promessas eleitorais (ver aqui) como o fim da reforma Fornero e a redução de impostos. Salvini confirmou depois que, para cumprir as promessas feitas Itália "terá de discutir os vínculos externos", designadamente as "regras europeias" que constrangem a possibilidade de seguir políticas que garantam o "direito ao trabalho". Certo, afiança, é que só fará parte de um governo capaz de "fazer coisas".
A imprensa transalpina escreve que o presidente teme manobras dilatórias que atrasem ainda mais a formação de um governo que Mattarella quer em funções o quanto antes para começar a preparar o orçamento para 2019. A jornalista Barbara Tedaldi fala em "impaciência" de Mattarella, até porque a possibilidade de o acordo de governo ser rejeitado pelos membros do 5 Estrelas é um obstáculo que não estava na equação. (Notícia actualizada pela última vez às 18:29 com declarações de Salvini)