O Presidente da República disse esta tarde aos jornalistas que ficou "surpreso" com a decisão de Tsipras de convocar um referendo, dizendo que "não se entende esta jogada para a frente" do Governo grego.

"Pela forma que os negociadores gregos estavam a actuar, as coisas iam acabar mal", disse Cavaco Silva, afirmando que a sua expectativa é que a Grécia "volta à mesa das negociações e continue a ser um país do euro em pleno direito".

"Um regresso da Grécia, aceitando as condições que foram colocadas sobre a mesa, e que pressuponho que tenham em conta os pedidos das autoridades gregas, era a melhor solução para união económica e monetária", acredita Cavaco Silva.

Quando questionado sobre um possível contágio, o Presidente da República disse que "se a Zona Euro e o Banco Central Europeu utilizarem os instrumentos que têm à sua disposição, os efeitos poderão ser minorados".

Sobre a decisão que os gregos terão de tomar no referendo previsto para 5 de Julho, Cavaco Silva sublinha que o povo será "soberano para decidir qual o caminho". "Gostaria que houvesse um entendimento, acreditar é uma coisa diferente", disse porém o Presidente da República.

Cavaco Silva não deixou de salientar a solidariedade europeia para com a Grécia. "São muito mais do que duzentos mil milhões de euros. Até Portugal emprestou bastante à Grécia, até os contribuintes portugueses tem vindo a ceder bastante dinheiro", frisou.

Sobre um eventual fracasso do euro face à saída da Grécia, Cavaco Silva diz que isso "é uma ilusão".