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Costa quer "casar" coesão com competitividade na Europa

  O primeiro-ministro defendeu hoje o 'casamento' entre coesão e competitividade na Europa, sem o dogma de haver um "tecto de 1%" do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE) porque há novas necessidades e menos recursos.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Novembro de 2017 às 12:08
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"Como tem sublinhado a Comissão [Europeia] não há nenhuma razão para aceitarmos como um dogma que há um tecto de 1% do nosso produto para o cálculo dos recursos da UE. Se temos de ter mais ambição, temos de ter o financiamento correspondente. Não há nenhuma razão para limitar a nossa ambição a um dogma não escrito nos tratados, não previsto em qualquer ato comunitário. Portanto, deve haver a vontade política estabelecida à medida da ambição que a Europa tem", disse António Costa.

 

O líder do executivo socialista discursava num evento sobre a estratégia portuguesa para a próxima década, em Lisboa, e alertou para a necessidade de preparar antecipadamente o próximo quadro comunitário de apoios (2030), em virtude das realidades recentes como o "Brexit" (saída do Reino Unido da UE) e consequente escassez de meios e a criação de outras políticas como as de segurança, de defesa e relativas às migrações.

 

Costa sublinhou ter de haver um "olhar diferente" em termos quantitativos e de desenho dos fundos comunitários, dando especial atenção ao "pilar social".

 

"Daquilo que precisamos é de uma sociedade mais coesão onde possa haver uma economia globalmente mais competitiva. Para isso, temos de conseguir casar competitividade e coesão. Temos de ser capazes de incorporar em cada uma destas novas medidas e das políticas tradicionais um novo conceito fundamental - o valor acrescentado dos projectos europeus. É a convergência, que permite reforçar a unidade da Europa na sua diversidade e permite a cada um contribuir à sua medida para uma Europa mais coesa internamente e mais competitiva externamente", afirmou.

 

O primeiro-ministro elencou ainda "grandes ambições transversais": reforçar a educação e a formação para garantir "mais e melhor emprego", inovar "o tecido empresarial", preparando-o para a "sociedade digital", a transição para o "novo paradigma energético", com "aumento da produtividade" e competitividade, "com base no conhecimento e não nos baixos salários e destruição de rendimentos".

 

O "desafio demográfico" foi outra prioridade referida pelo chefe do Governo por ser "essencial à sustentabilidade do Estado Social português, para o país enquanto nação e para a Europa, assim como a "valorização de recursos e riquezas naturais do território": o Mar, "a fachada fronteiriça, como plataforma de afirmação no conjunto do mercado ibérico", mas também a floresta e o mundo rural e as cidades, como "nós de interligação com redes globais de conhecimento".

 

António Costa abriu assim o 'workshop' (oficina intelectual) Estratégia Portugal 2030" no Teatro Thalia, Lisboa, que reúne diversos especialistas internacionais sobre vários temas: desafio demográfico, digitalização, urbanização e mobilidade ou uso de recursos e economia circular.

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