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Boris recusa pedido da Escócia para realização de novo referendo independentista

O primeiro-ministro do Reino Unido escreveu à congénere escocesa para rejeitar formalmente o pedido de Edimburgo com vista à realização de um novo referendo à independência da Escócia.

EPA
14 de Janeiro de 2020 às 18:49
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Boris Johnson recusou o pedido de Nicola Sturgeon para que o Reino Unido transferisse as prerrogativas necessárias para que a Escócia pudesse realizar um segundo referendo à independência do país.

Numa breve carta remetida a Edimburgo, o primeiro-ministro britânico rejeita o pedido da líder do governo escocês considerando que não faz sentido realizar nova consulta popular apenas seis anos após o referendo de 2014 em que mais de 55% dos escoceses optaram pela permanência no Reino Unido.

"O povo escocês votou decisivamente para manter o nosso Reino Unido junto, um resultado que tanto o governo escocês como o britânico se comprometeram respeitar", escreveu Boris Johnson na rede social Twitter.

Johnson fez questão de recordar à governante escocesa a garantia que a própria deu aquando da consulta popular de 2014 de que o voto no referendo independentista deve acontecer apenas "uma vez numa geração".

O líder dos conservadores desafiou ainda a primeira-ministra Sturgeon a perder menos tempo com esforços para retirar a Escócia do Reino Unido e a concentrar-se em retirar o país da "estagnação" em que se encontra há 10 anos, designadamente com a degradação de "escolas, hospitais e empregos".

A resposta de Nicola Stuegeon não tardou, com a primeira-ministra escocesa a criticar a posição "insustentável" de Johnson e a garantir que "a democracia vai prevalecer".

"A única questão é saber quanto tempo demorarão os ‘tories’ e o resto do ‘establishment’ de Westminster a aceitarem esta inevitabilidade", acrescentou Sturgeon, citada pelo The Guardian.

Nicola Sturgeon escreveu ao líder britânico no passado dia 19 de dezembro a requerer a transmissão dos poderes legais para a Escócia poder realizar um novo referendo, bem como uma autorização permanente para que o parlamento escocês possa convocar novos referendos.

Apesar da vitória de Johnson com maioria absoluta nas eleições de dezembro, os nacionalistas escoceses (SNP) de Sturgeon garantiram 47 dos 59 lugares em disputa no parlamento do Reino Unido.

Dada a iminência da concretização do Brexit a 31 de janeiro depois de aprovado o acordo de saída que Johnson negociou com Bruxelas, e o facto de na Escócia ser maioritária a intenção de continuar na União Europeia, a primeira-ministra da Escócia viu no resultado eleitoral do SNP a janela de oportunidade para reativar o processo soberanista.

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