Notícia
Líderes da UE aprovam acordo. Costa pede a Corbyn para votar a favor
Reino Unido e União Europeia chegaram a um acordo para o Brexit. Mas o desfecho ainda tem várias barreiras pela frente, começando com o Parlamento britânico, que terá de aprovar o acordo.
Merkel quer acordo comercial rápido com o Reino Unido
No dia em que foi alcançado um acordo para a saída amigável do Reino Unido da União Europeia, a chanceler alemã diz que é tempo de começar já a trabalhar num acordo de livre comércio com os britânicos.
O acordo selado em Bruxelas permite um período de transição até final de 2020, pelo que há tempo para trabalhar na relação comercial futura entre os dois blocos.
"Há uma diferença essencial face ao acordo quando Theresa May era primeira-ministra. Não era claro como seriam as relações futuras com o Reino Unido, se faria ou não parte de uma união aduaneira. Agora é claro que o Reino Unido será um terceiro país com quem teremos de fazer um acordo comercial muito rapidamente", disse Merkel.
António Costa: “É a altura do Parlamento britânico fazer a sua parte”
António Costa congratulou-se hoje com o acordo alcançado com o Reino Unido para um Brexit ordeiro, apelando ao Parlamento britânico que desta vez dê luz verde ao entendimento.
"Creio que desta vez é a altura do Parlamento britânico fazer a sua parte, ou seja aprovar o acordo", disse António Costa em Bruxelas depois dos líderes da União Europeia terem aprovado o acordo que tinha sido anunciado esta manhã.
O primeiro-ministro lembrou que nos últimos quatro anos a UE negociou um acordo com o primeiro-ministro Cameron (para convencer os britânicos a votarem contra o Brexit); um acordo de saída com Theresa May; um acordo complementar com Theresa May e agora este acordo com Boris Jonhnson.
"Chegou o tempo de por um ponto final positivo nesta negociação", para depois "tratar do mais importante, que é a relação futura entre a UE e o Reino unido" para "rapidamente se concentrar no futuro".
Lembrando que "nunca foi a UE que chumbou qualquer acordo", Costa recusou discutir cenários se o Parlamento Britânico chumbar o acordo. "Não devemos precipitar os acontecimentos. Hoje foi um dia positivo porque se chegou a acordo", afirmou.
Costa revelou que teve oportunidade de dizer hoje a Jeremy Corbyn (líder dos trabalhistas) que "há um momento em que todos temos de ser capazes de pôr aquilo que é o interesse da Europa e o interesse geral acima das conveniências partidárias de cada um".
"Hoje, na reunião do S&D (Socialistas e Democratas), tive oportunidade de dizer ao líder do ‘Labour’, Jeremy Corbyn, que obviamente cada um de nós tem as contingências políticas internas próprias em cada um dos nossos países". Segundo Costa, "é obviamente legitimo que o ‘Labour’ deseje eleições antecipadas", mas também defendeu que "é preciso compreender que chegou o momento em que o interesse geral da Europa, do Reino Unido, dos cidadãos da Europa residentes no Reino Unido, dos britânicos residentes na Europa, naquilo que é o funcionamento normal da economia europeia e da economia britânica, não podem ser interesses sacrificados à vontade política de haver eleições".
"Não podemos ser todos capturados como reféns de questões de política interna do Reino Unido", reforçou Costa. Depois de um "esforço paciente, continuado, persistente e muito boa vontade da UE, para ultrapassar as sucessivas rejeições", uma saída do Reino Unido sem acordo a 31 de outubro seria "uma tragédia".
Boris Johnson: Deputados briânicos "vão votar a favor"
Boris Johnson mostrou-se confiante com a aprovação do acordo pelos parlamentares britânicos, no próximo sábado, dia em que o entendimento de hoje entre União Europeia e Reino Unido, será posto à prova no parlamento britânico.
"Estou confiante que, depois dos meus colegas do parlamento estudarem bem o acordo, vão votar a favor", disse o primeiro-ministro britânico, aos jornalistas, acrescentando que "não há motivos para atrasos. Devemos manter a data de 31 de outubro".
Líderes da União Europeia aprovam acordo para o Brexit
Os líderes dos 27 países da União Europeia já deram o "ok" ao acordo fechado hoje entre o Governo britânico e o executivo britânico. Segundo uma fonte oficial da União Europeia citada pela Reuters, o acordo será efetivo a partir de 1 de novembro. Se sábado os deputados britânicos derem "luz verde" ao acordo, o Reino Unido sai da União Europeia a 31 de outubro.
"O Conselho Europeu endossou este acordo [...] Nessa premissa, o Conselho Europeu convida a Comissão, o Parlamento Europeu, e o Conselho a empreenderem os passos necessários para assegurar que o acordo entra em vigor a 01 de novembro de 2019", declarou Donald Tusk, em conferência de imprensa, durante a cimeira europeia a decorrer em Bruxelas.
O presidente do Conselho Europeu assinalou que estamos "muito perto do capítulo final do Brexit". Ao contrário que tinha dito Juncker, Tusk não fechou a porta a um novo adiamento da saída da UE. Se tal for pedido, irá consultar os estados-membros, afirmou em Bruxelas.
DUP tenta convencer deputados conservadores a chumbar acordo
Os unionistas da Irlanda do Norte (DUP) foram céleres a anunciar o voto contra o acordo entre Londres e Bruxelas. Além disso, vão fazer campanha pelo chumbo, para convencer os deputados conservadores a fazer o mesmo.
"Vamos encorajar [outros deputados] a votar contra", disse Sammy Wilson, um dos 10 deputados do DUP na Câmara dos Comuns.
"Não me cabe a mim falar por eles [deputados conservadores], mas quando saia esta manhã da Câmara dos Comuns fui interpelado por quatro deputados conservadores" descontentes com o acordo firmado esta manhã em Bruxelas, disse Sammy Wilson, confiando que este vai ser rejeitado no sábado no Parlamento Britânico.
Johnson otimista com "ok" do parlamento ao acordo
O primeiro-ministro britânico disse aos líderes europeus que está relativamente optimista com a hipótese do acordo fechado hoje em Bruxelas passar no parlamento britânico na votação que terá lugar no sábado.
Esta ideia foi transmitida à Reuters por fonte oficial da União Europeia, que assistiu à declaração de Boris Johnson.
Depois da intervenção, o primeiro-ministro britânico saiu da sala onde decorre a cimeira europeia, que continua agora com os 27 líderes dos governos dos países da UE.
Parlamento britânico reúne-se pela primeira vez de 1982 num sábado
O Parlamento britânico vai realizar um debate extraordinário no próximo sábado, 19 de outubro. Esta será a primeira vez que os deputados britânicos vão ter uma sessão especial no Parlamento desde 1982.
No dia 3 de abril de 1982 o Parlamento britânico reuniu-se de forma extraordinária, devido ao conflito armado com a Argentina por causa da soberania das Ilhas Malvinas. Este conflito começou no dia 2 de abril e 14 de junho de 1982.
Juncker avisa que não haverá mais adiamentos do Brexit
Questionado pelos jornalistas à entrada para a cimeira europeia, o ainda presidente em funções da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker começou por dizer que há "um acordo" que terá de ser aprovado "agora", cabendo aos britânicos "assegurar que é aprovado pelo parlamento" no próximo sábado.
Juncker rejeita, contudo, que a UE possa voltar a conceder um novo adiamento da data para a concretização do Brexit. "Temos um acordo, de que serviria um adiamento?"
Depois de se mostrar "satisfeito" pelo acordo, o luxemburguês sublinhou que as "boas notícias" é que foi alcançado esse acordo e que as "más notícias" é que o Reino Unido vai abandonar a UE.
Varadkar satisfeito com solução encontrada
Numa altura em que os líderes europeus vão chegando a conta gotas ao edifício em que vão permanecer reunidos entre hoje e amanhã, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, começou por se referir ao compromisso como "um bom acordo" que permite ao Reino Unido sair da UE com um período de transição que suavize o processo de saída.
Varadkar defendeu que a "solução específica" encontrada para a questão da Irlanda do Norte, e que substituiu o polémico backstop, salvaguarda a inviolabilidade do mercado único europeu, a reposição de controlos fronteiriços rígidos entre as duas "Irlandas" e permite que a economia da ilha da Irlanda se continue a desenvolver sem constrangimentos.
O governante irlandês disse ainda que agora deve ser concedido o "espaço e o tempo" para que a Câmara dos Comuns possa decidir, no sábado, aquilo que é melhor para o Reino Unido, recusando-se comentar a possibilidade de ser concedido um novo adiamento a Londres para concretizar a saída do bloco europeu no caso de o acordo ser reprovado pelos deputados britânicos.
Macron diz que foram cumpridos objetivos dos dois lados
O presidente francês, Emmanuel Macron, considera que o acordo de saída "responde aos objetivos" de ambos os lados, em especial ao preservar o mercado único europeu e ao assegurar a integridade do Reino Unido.
À chegada para o Conselho Europeu que decorre, em Bruxelas, esta quinta e sexta-feira, Macron recomendou "prudência" ao lembrar que os documentos terão ainda de ser ratificados quer pelo parlamento britânico, quer pelo Parlamento Europeu.
Número dois de Jonhson não contempla derrota no sábado
O conservador Michael Gove, em declarações à Sky News, mostrou clara satisfação pelo acordo alcançado com Bruxelas quanto à solução obtida para contornar o obstáculo do backstop considerando que aquilo que "antes era uma imposição, agora é uma escolha" da Irlanda do Norte.
O número dois do governo britânico disse ainda não temer uma derrota na votação que decorre sábado, no parlamento, garantindo que o executivo chefiado por Boris Johnson "não contempla uma derrota".
Quanto ao facto de o acordo não atribuir um poder de veto aos unionistas norte-irlandeses ao conteúdo do acordo, tal como fora prometido pelo executivo dos "tories", Michael Gove garante que não existe nenhuma traição ao DUP porque se trata de um "grande acordo".
Barnier diz que UE deixa cair "backstop" e aceita nova abordagem
O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, detalhou em conferência de imprensa os elementos que permitiram chegar a um acordo entre o Reino Unido e a Comissão Europeia onde se destaca o desaparecimento do "backstop" e a chegada de uma nova "abordagem".
Barnier revelou que o momento que desbloqueou as negociações foi o encontro entre o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
António Costa saúda acordo e espera "que à quarta seja de vez"
O primeiro-ministro indigitado, António Costa, considerou "ótimo" o acordo para o 'Brexit' entre a União Europeia e o Reino Unido, mas lembrou que o Parlamento britânico já reprovou outros compromissos, pelo que espera "que à quarta seja de vez".
"[Acho] Ótimo. Acho que a grande prioridade que todos tínhamos era evitar uma saída sem acordo, e só espero que este acordo seja efetivamente aprovado, não só na União Europeia mas também no parlamento britânico, porque não nos tem é faltado acordos com os governos britânicos", declarou, à saída de um encontro com o presidente cessante da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.
António Costa, que participa a partir de hoje à tarde numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia recordou o 'histórico' de acordos alcançados entre a UE a 27 e diferentes governos britânicos para a saída ordenada do Reino Unido do bloco europeu, que acabaram por não ser aplicados, dado não terem sido depois aprovados pelo parlamento britânico.
"Que eu me recorde, só nestes quatro anos chegámos a um acordo com (David) Cameron que não resultou numa vitória no referendo, chegámos a um acordo com (Theresa) May, que não foi aprovado no Parlamento e tivemos um aditamento ao acordo com a senhora May que também não foi aprovado no parlamento. Portanto, espero que à quarta seja de vez e que este acordo valha não só entre nós e o governo britânico, mas também que o parlamento britânico possa ter a aprovação e possamos passar àquilo que é mais importante, que é trabalharmos na relação futura com o Reino Unido", afirmou.
Tusk: “Um acordo é sempre melhor do que um não-acordo”
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, destacou a importância de se ter alcançado um acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido.
Acordo do Brexit dá força à bolsa britânica e faz libra disparar
Depois de anos a negociar a saída do Reino Unido da União Europeia, os líderes de ambas as partes anunciaram ter chegado a acordo. Os mercados seguem animados, com a bolsa britânica a valorizar e a libra em destaque.
Parlamento britânico aprova?
O Parlamento britânico deverá votar o acordo no próximo sábado, o que poderá não ser simples. Para conseguir aprovar, Johnson tem de obter o apoio de parte (ou todos) os 21 deputados que expulsou dos "tories" pela votação que impede uma saída sem acordo, bem como dos 10 elementos dos unionistas norte-irlandeses (DUP) ou de um bloco eurocético dos trabalhistas.
E tem ainda de convencer a ala mais eurocética do Partido Conservador (ERG), sendo que tanto o DUP como a ERG rejeitam a criação de uma fronteira aduaneira no Mar da Irlanda, precisamente a opção que permitiu desbloquear o impasse negocial.
Já esta manhã os unionistas da Irlanda do Norte (DUP) rejeitaram apoiar o acordo que estava a ser negociado entre o Governo britânico e a União Europeia, que prevê que se crie uma fronteira aduaneira no mar da Irlanda. Uma posição que foi mantida após o anúncio de que o Reino Unido e a UE tinham chegado a um acordo.
Jeremy Corbyn: Acordo é "pior do que o de Theresa May"
Jeremy Corbyn considera que o acordo agora alcançado é "pior do que o de Theresa May", apelando a que seja rejeitado e que o população volte a ser chamada para se pronunciar. "Pelo que sabemos, parece que o primeiro-ministro negociou um acordo ainda pior do que Theresa May, que foi amplamente rejeitado", salientou Jeremy Corbyn através do Facebook, defendendo que este acordo "deve ser rejeitado", uma vez que não salvaguarda os direitos e proteção da população. "A melhor forma de fazer um Brexit ordeiro é dar às pessoas uma palavra final numa votação."
"Há acordo" para o Brexit
Boris Johnson e Jean-Claude Juncker usaram as redes sociais para revelar ao mundo que finalmente a União Europeia e o Reino Unido chegaram a um acordo para o Brexit.
Juncker e Johnson aplaudem o desfecho, mas o primeiro-ministro britânico terá de garantir a aprovação do acordo no Parlamento, o que pode não ser fácil.
"Onde há vontade, há acordo – temos um! É um acordo justo e equilibrado para a UE e para o Reino Unido e é uma prova do nosso compromisso para encontrar soluções. Recomendo que a Cimeira aprove este acordo", revelou Jean-Claude Juncker através do Twitter.
Where there is a will, there is a #deal - we have one! It’s a fair and balanced agreement for the EU and the UK and it is testament to our commitment to find solutions. I recommend that #EUCO endorses this deal. pic.twitter.com/7AfKyCZ6k9
— Jean-Claude Juncker (@JunckerEU) October 17, 2019
"Temos um grande novo acordo que recupera o controlo", revelou Boris Johnson através do Twitter, realçando que passa agora para as mãos do Parlamento britânico a aprovação do acordo no sábado para que "possamos avançar para outras prioridades como o custo de vida, o NHS [Serviço Nacional de Saúde], o crime violento e o nosso ambiente", salientou.
We’ve got a great new deal that takes back control — now Parliament should get Brexit done on Saturday so we can move on to other priorities like the cost of living, the NHS, violent crime and our environment #GetBrexitDone #TakeBackControl
— Boris Johnson (@BorisJohnson) October 17, 2019
Já ontem à noite tinha sido noticiado que o acordo estava próximo de ser alcançado, depois de Boris Johnson ter cedido à exigência de uma fronteira no Mar da Irlanda, evitando-se assim a criação de uma fronteira física terrestre entre as duas Irlandas, o que manteria a Irlanda do Norte no mercado único europeu.