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Brexit: Aprovação do acordo longe de estar garantida no Parlamento britânico

O primeiro-ministro britânico conseguiu chegar a um acordo com a União Europeia (UE), mas não é certo que este seja o desfecho final deste processo. Isto porque para que o acordo se efetive será necessário que o Parlamento britânico aprove. E esta pode ser uma missão difícil.

EPA
17 de Outubro de 2019 às 13:41
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Jean-Claude Juncker e Boris Johnson anunciaram ao mundo que UE e Reino Unido chegaram a um acordo para o Brexit. Mas o desfecho pode ainda sofrer outro revés, mais de três anos depois de o referendo ter determinado a saída do Reino Unido da União Europeia.

 

O Parlamento britânico deverá votar o acordo no próximo sábado, mas antecipam-se dificuldades. Para conseguir aprovar o acordo, Johnson tem de obter o apoio de parte (ou todos) os 21 deputados que expulsou dos "tories" pela votação que impede uma saída sem acordo, bem como dos 10 elementos dos unionistas norte-irlandeses (DUP) ou de um bloco eurocético dos trabalhistas.

Mas como o DUP já anunciou que votará contra o acordo - que lhe retira uma espécie de direito de veto e que cria uma fronteira aduaneira no Mar da Irlanda -, o primeiro-ministro terá de convencer deputados trabalhistas a apoiarem o compromisso alcançado ao nível técnico com Bruxelas. 

Boris Johnson tem ainda de convencer a ala mais eurocética do Partido Conservador (ERG).

O primeiro-ministro tenciona fazer uma declaração inicial no sábado e depois segue-se o debate entre os deputados, revelou o líder da Casa dos Comuns, Jacob Rees-Mogg, citado pela Reuters. Os deputados decidem ainda hoje se votam efetivamente no sábado o acordo, se se confirmar, o debate vai começar às 8:30, revelou Jacob Rees-Mogg. 

 

E, de acordo com o mesmo responsável, a seguir à declaração de Johnson o Parlamento deverá debater uma "moção para aprovar o acordo alcançado ou aprovar uma saída sem acordo", realça o responsável, que adianta que o debate deverá durar 90 minutos.

Já esta manhã os unionistas da Irlanda do Norte (DUP) rejeitaram apoiar o acordo que estava a ser negociado entre o Governo britânico e a União Europeia. Esta posição foi assumida antes e depois do anúncio de acordo.

 

Os unionistas consideram que a proposta não respeita os interesses de longo prazo da Irlanda do Norte, realçando que os consumidores desta região deverão enfrentar um aumento no custo dos bens.

 

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, já deixou claro qual será o seu voto, considerando que este acordo é "pior do que o de Theresa May". "Pelo que sabemos, parece que o primeiro-ministro negociou um acordo ainda pior do que o de Theresa May, que foi amplamente rejeitado", salientou Jeremy Corbyn através do Facebook, defendendo que este acordo "deve ser rejeitado", uma vez que não salvaguarda os direitos e proteção da população. "A melhor forma de fazer um Brexit ordeiro é dar às pessoas uma palavra final numa votação."

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