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Berlusconi trocou ambição política por novo amor?
Sílvio Berlusconi parece apostado em mostrar ao mundo que não está morto, nem politicamente nem como homem. Será Francesca, quase 50 anos mais jovem, compensação para a desistência das eleições de 2013?
O anúncio foi feito ontem, em directo, no Canale 5, de que é proprietário, enquanto passava a tarde com "casalinga di Voghera" – as donas de casa da pequena-burguesia que se assume representarem uma das fatias mais fiéis do eleitorado que, por três vezes, o fez primeiro-ministro de Itália.
Depois de ter voltado a negar qualquer envolvimento sexual com a dançarina Karima “Ruby” El-Mahroug, quando esta era ainda menor – o caso ainda está a correr nos tribunais -, Berlusconi fez “mea culpa” pela vivência menos recatada dos últimos anos. A culpa, disse, foi da solidão que se instalou após a morte da mãe e da tia e do divórcio da segunda mulher, Verónica.
Foi então que veio a notícia. ““Finalmente, sinto-me menos só. Estou noivo de uma napolitana”. “Noivo?”, indagou a apresentadora meio incrédula. “Sim, noivo. É oficial”, atestou. De uma “jovem mulher, de valores muito sólidos, muito bela no exterior e mais ainda no interior”. “Ela ama-me muito e eu também. A minha filha Marina também gosta imenso dela”.
Francesa Pascale tem apenas 28 anos, mas não é uma desconhecida dos italianos. Esta napolitana morena de grandes olhos castanhos é a principal animadora do clube de fãs “Sílvio, Fazes-nos falta”, criado em 2006, e promete continuar a manter vivo o fenómeno Berlusconi na imprensa de todo o mundo, agora que o antigo primeiro-ministro parece ter desistido de se recandidatar a chefe do governo nas eleições que poderão ter lugar já em Fevereiro.
Dando o dito pelo não dito, Berlusconi afirmou no fim da semana passada que retiraria a sua candidatura à liderança do governo italiano se Mario Monti aceitasse liderar uma coligação partidária em que o Povo da Liberdade, partido de “Il Cavalieri”, estivesse integrado.
Aos 76 anos, o antigo primeiro-ministro italiano fez, no entanto, questão de esclarecer que está pronto para qualquer eventualidade: se Monti não avançar, como considera ser o mais provável, avancará ele para pôr fim ao que diz ser uma política exclusivamente centrada na austeridade e "uma Itália à beira do precipício".
Nas sondagens mais recentes o partido de Berlusconi surge com entre 15% a 18% das intenções de voto, atrás do Partido Democrático de Bersani com 35%-38% dos votos. Vários observadores têm interpretado a atitude do antigo primeiro-ministro como uma manobra desesperada para evitar o afundamento do Povo da Liberdade