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A braços com “motim” no governo, Boris não sai
Depois das demissões dos ministros da Saúde e das Finanças na terça-feira, o governo britânico registou esta quarta-feira a saída de dezena e meia de secretários de Estado. Boris Johnson mantém-se irredutível e recusa abandonar o cargo de primeiro-ministro.
A crise política no Reino Unido ganhou esta quarta-feira novas proporções: são já 37 os membros do governo e nomes fortes do partido no poder que se demitiram e o número de vozes dentro dos Conservadores a pedir ao primeiro-ministro que deixe o número 10 de Downing Street não pára de aumentar.
Na terça-feira, as demissões, quase simultâneas, dos ministros da Saúde e das Finanças abalaram a estabilidade do governo britânico. Ainda no mesmo dia, foram vários os elementos proeminentes no partido a apelar a Boris Johnson para que abandonasse o cargo.
Na génese deste “tsunami” político está uma sucessão de escândalos, mas a gota de água que fez transbordar o copo terá sido a nomeação de Chris Pincher, acusado de assédio sexual, para número dois da bancada parlamentar conservadora.
Johnson veio pedir desculpas públicas pela nomeação, mas os seus detratores sublinham que o primeiro-ministro sabia há muito tempo da existência das alegações de assédio sexual.
Ontem, após Johnson ter reiterado que não deixaria a liderança do Executivo, os anúncios de demissões no governo foram ocorrendo a um ritmo desenfreado.
À hora de fecho desta edição, tinham abandonado o governo 15 secretários de Estado. Na bancada conservadora o número de “desertores” ascendia a 16 e eram ainda outros quatro os nomes sonantes do partido a abandonarem os respetivos cargos.
E são vários os governantes e destacados membros do partido e próximos de Boris Johnson a pedirem que este deixe o poder e provoque eleições antecipadas. Entre estes nomes contam-se o líder da bancada parlamentar conservadora.
Boris, no entanto, diz que isso seria “irresponsável” e mantém-se irredutível.