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Salários valem menos 4% do que em 2010

Portugal é um dos seis países da União Europeia onde os vencimentos valem hoje menos do que há 10 anos. A perda é de 4%, igual à de Espanha, superior à de Itália, mas inferior à da Grécia.

Manuel de Almeida/Lusa
04 de Fevereiro de 2020 às 22:08
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A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) advertiu que os pacotes salariais dos trabalhadores de seis Estados-membros, entre os quais Portugal, são em média mais baixos do que há 10 anos, pelo que para eles “a crise não acabou”.

Segundo os dados compilados pela CES, entre 2010 e 2019 os pacotes salariais ajustados à inflação (e incluindo contribuições para a Segurança Social e pagamentos de subsídios) desceram em média em seis Estados-membros, e em três outros países os salários permaneceram basicamente congelados na última década.

Segundo a CES, em comparação com 2010 os pacotes salariais em 2019 eram 15% mais baixos na Grécia, 7% em Chipre, 5% na Croácia, 4% em Portugal e Espanha e 2% em Itália.

“Os trabalhadores em seis países da UE estão em piores condições do que há 10 anos. Os líderes da UE [União Europeia] gostam de falar na alegada retoma, mas a crise não acabou para milhões de trabalhadores em muitos Estados-membros”, comentou a secretária-geral adjunta da CES, Esther Lunch, que exorta assim a UE a “fazer muito mais para promover o aumento nos salários e nos salários mínimos” praticados na União.

Governo prometeu reforçar salários na economia

A questão dos salários saltou para a atualidade depois de o primeiro-ministro se ter comprometido a elevar o seu peso na economia para os níveis anteriores à crise. O peso dos salários no PIB estava em 2008 em 60,3% do PIB enquanto em 2018 pesavam 64%. Para isso, o Governo procura obter um acordo em concertação social que consensualize a necessidade de reforçar os salários em Portugal.

Tal como escreveu o Negócios, os salários em Portugal têm vindo a acelerar nos últimos tempos depois de muitos anos de estagnação. Isso acontece tanto no privado, como no público. Segundo as remunerações declaradas à Segurança Social, e trabalhadas pelo INE, o salário médio crescia, no trimestre terminado em setembro, 3,2% face ao período homólogo. No setor público, o ritmo de crescimento era ligeiramente menor, de 2,5%, mas com tendência para subir. A este valor é necessário acrescer o pagamento da tranche que faltava relativamente ao descongelamento das carreiras no Estado e ainda a atualização de, pelo menos, 0,3% para os funcionários públicos.

 

4%
Quebra face a 2010
Esta é a quebra salarial registada entre 2010 e 2019 em Portugal, que é um dos seis países da UE onde os ordenados perderam valor.

 

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