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Procura trabalho? Não deixe que as redes sociais o atraiçoem

É preciso um "cuidado redobrado com o que se faz na internet". Saiba o que o pode prejudicar na procura de emprego e reveja os seus perfis nas redes sociais. Futuros patrões podem estar à espreita.

Kiyoshi Ota/Bloomberg
05 de Setembro de 2015 às 15:00
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Em Portugal ainda não são muitos os empregadores atentos aos perfis dos possíveis candidatos, mas, nos EUA, 93% dos patrões espreitam as redes sociais.

 

Alexandra Medeiros, directora de marketing da Multipessoal, esclarece que em Portugal "as redes sociais pessoais dos candidatos são vistas como guias para as entrevistas e não para definição do perfil do mesmo". Mas avisa que "deve ter-se cuidado com o que se escreve e com as imagens que se partilham".

 

A Multipessoal, empresa de recrutamento portuguesa, considera que as grandes falhas dos potenciais candidatos nas redes sociais são os erros ortográficos, a linguagem ofensiva, partilha de vídeos ofensivos e afirmações pouco éticas.

Ainda assim, em Portugal esta prática de os empregadores olharem para as redes sociais do candidato antes de o contratarem ainda não é um hábito. Celso Santos, "business unit manager" da Randstad, diz que "não é ainda uma prática comum das empresas, mas as consultoras de recrutamento já o fazem, não no sentido de avaliar a vida privada do candidato, mas com o objectivo de complementar a avaliação curricular". "[O que não se deve fazer nas redes sociais] é participar em fóruns ou grupos polémicos que podem trazer opiniões mais radicais e falar mal de empresas ou pessoas", afirma a empresa de recrutamento.

 

"As redes sociais são e serão cada vez mais importantes nos processos de recrutamento", afirma, por sua vez, Vanda Brito, directora de recursos humanos da empresa de recursos humanos Kellyservices.

 

Apesar de acreditar que as redes sociais dificilmente virão a assegurar a totalidade do processo de selecção, Vanda Brito concorda que "é necessário que se tenha um cuidado redobrado com o que se faz na internet para não prejudicar a imagem pessoal. Há que ter bom senso no momento de publicar determinados conteúdos que possam afectar a imagem transmitida".

 

As redes sociais também podem beneficiar a procura de emprego. De acordo com as conclusões do estudo da Jobvite, o LikedIn é a rede social mais vista pelos empregadores e reúne o consenso como a mais útil na procura de trabalho. "O LinkedIn continua a ser actualmente a rede mais utilizada para pesquisa de candidatos", afirma a responsável da Multipessoal. Já a Kellyservices diz que "o LinkedIn para além de fornecer uma informação de teor mais técnico sobre os candidatos, dá-nos ainda uma ideia do contexto socio-profissional".

 

Tal como nas outras redes sociais, o perfil do candidato no LinkedIn deve ser o mais completo e actualizado possível, nunca esquecendo as regras do bom senso na hora da publicação.

 
EUA são mais vigilantes

Nos Estados Unidos da América, a vigilância dos patrões é bem maior. Segundo um estudo da empresa de recrutamento norte-americana Jobvite publicado em 2014, 93% dos empregadores utilizam as redes sociais e 55% considera os candidatos ao trabalho baseando-se nos seus perfis na internet.

 

A maioria dos empregadores norte-americanos (52%) diz mesmo que, nos processos de recrutamento, pesquisam sempre pelos candidatos nas redes sociais.

 

Segundo o mesmo estudo, os factores que mais afastam os empregadores dos possíveis candidatos são referências ao consumo de drogas ilegais, publicações sexuais e palavrões.

O jornal espanhol El Mundo enumera cinco coisas que se deve evitar a todo o custo nas redes sociais quando se procura trabalho: utilizar as redes sociais para criticar o trabalho; partilhar fotos em que se exponha uma má imagem pessoal; ter cuidado com a privacidade e saber o que é do foro público e privado; erros ortográficos e abordar temas polémicos sem prudência, como política ou religião.

O que não deve fazer nas redes sociais:
- Dar erros ortográficos
- Utilizar linguagem ofensiva
- Fazer referência ao consumo de drogas ilegais
- Fazer publicações de teor sexual
- Partilhar vídeos e imagens ofensivas
- Partilhar fotos onde se exponha uma má imagem pessoal
- Fazer afirmações pouco éticas
- Criticar o trabalho
- Abordar temas polémicos sem prudência, como política ou religião
- Fazer publicações do foro íntimo e privado
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