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UGT propõe aumentos e atualização de escalões de IRS “no mínimo” de 4,8%
A UGT vai propor aos seus sindicatos que defendam no próximo ano aumentos salariais “mínimos” de 4,8% e uma atualização correspondente dos escalões de IRS, tal como previsto no acordo já assinado. Secretário-geral adjunto demarca-se de algumas das propostas da CIP.
A UGT vai propor aos seus sindicatos que aprovem na quinta-feira uma política reivindicativa para o próximo ano que passe por aumentos salariais "mínimos" de 4,8% e pela atualização de escalões de IRS em 4,8%. Propostas que estão em linha com o que já está previsto no acordo de rendimentos e competitividade assinado no ano passado com o Governo e com as confederações patronais.
"As propostas de atualização escalões e aprofundamento da progressividade são as que achamos podem ter mais recetividade", disse ao Negócios o secretário-geral adjunto da UGT, Sérgio Monte (na foto), após uma reunião com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, sobre o Orçamento do Estado.
Assim, a UGT vai propor aos seus sindicatos para "que o referencial mínimo para aumentos salariais seja de 4,8% no próximo ano", uma proposta que será discutida internamente em secretariado nacional, na quinta-feira.
O dirigente sindical afirma que o referencial adotado este ano, de 5,1%, foi em muitos casos ultrapassado, e lembra que as previsões de inflação apontam para valores na ordem dos 3% ou 3,5% no próximo ano.
Da mesma forma," a atualização dos escalões do IRS deve ser no mínimo de 4,8%", acrescentou o secretário-geral adjunto da UGT. Para aprofundar a progressividade do IRS prevista no acordo, através da criação de mais um escalão, de "alguma diminuição das taxas" ou isenção para quem ganha o mínimo (já prometida).
A UGT propõe ainda a bonificação dos descontos para as associações sindicais (atualmente nos 50%) e diz que os contratos de crédito à habitação posteriores a 2011 não podem deduzir no IRS encargos com juros, voltando a propor que tal seja corrigido.
Reservas em relação a algumas propostas da CIP
A UGT, que acompanhou a CIP na apresentação do Pacto Social proposto pela Confederação Empresarial a três membros do Governo, demarca-se ainda de algumas das propostas.
Sérgio Monte considera que a medida que prevê um aumento da liquidez do trabalhador em 4,75% e a contribuição obrigatória de 10% para regimes públicos de capitalização de reforma, por via de uma redução temporária da TSU, " dá por um lado e tira por outro". A expressão foi usada pelo secretário-geral adjunto da UGT em resposta aos jornalistas, que confrontaram a UGT com a conclusão da CIP de que o aumento que a confederação patronal propõe é mais alto do que pede a CGTP.
Por outro lado, Sérgio Monte diz ao Negócios que a proposta para o pagamento de um 15º mês isento de contribuições e impostos, que seria voluntário para as empresas, lhe levanta, a título pessoal, algumas reservas.
"Quando estamos a falar de prémios isentos de tributação corremos o risco de seja para essa rubrica que sejam canalizados os futuros aumentos de salários, o que prejudica as pensões futuras", considera.