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Feriados motivam debate condimentado, com direito a "broa" e "mata frades"

A reposição dos feriados eliminados foi a debate na Assembleia da República. Confirmou-se a intenção da maioria de chumbar as propostas da oposição e do deputado do CDS, José Ribeiro e Castro.

5 de Outubro de 2012 - Último feriado do 5 de Outubro, marcado pelo içar da bandeira nacional ao contrário
Pedro Catarino/Correio da Manhã
15 de Janeiro de 2015 às 17:15
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O antigo líder do CDS-PP tem a proposta mais suave. Propõe repor imediatamente o 1º de Dezembro (Restauração da Independência) e o 1º de Novembro (Todos os Santos). Durante uma intervenção com várias referências gastronómicas, Ribeiro e Castro admitiu que não tem "a faca e o queijo na mão", uma vez que o CDS e o PSD parecem decididos a chumbar todas as propostas. "Só tenho comigo um pedaço de broa", reconheceu, mas lembrou a sua alcunha de "Cozinheiro e Castro", argumentando que o seu projecto de Lei está "devidamente condimentado para ficar ao gosto de qualquer comensal".

 

Ao contrário do deputado centrista - que quer repor um feriado civil e um feriado religioso -, o Partido Socialista pretende a reposição de dois feriados civis (1º de Dezembro e 5 de Outubro). Alberto Costa lembrou que Portugal é o único Estado da União Europeia que eliminou um feriado que comemora a sua independência. "Uma nação que favorece a indiferença em relação à sua origem põe em dificuldade a sua autonomia no futuro", sublinhou o antigo ministro da Justiça. "Pode ganhar o troféu das nações com menos feriados, mas teria começado a perder a batalha pelo seu futuro. Cada ano que passa sem os feriados eliminados prolonga um erro."

 

Os partidos mais à esquerda apresentaram ideias mais radicais. Bloco de Esquerda, PCP e Verdes pretendem reestabelecer os quatro feriados eliminados em 2012. Os Verdes propõem ainda que o Carnaval passe a ser considerado "feriado nacional obrigatório". Mariana Aiveca, do BE, acusa o Governo de "mentir" ao dizer que a eliminação seria provisória. "É chegada a hora de repor o que foi retirado", pediu aos deputados. Já o PCP, por David Costa, questionou a estratégia de aumento do esforço de trabalho. "Quem é que consegue compreender, com os avanços tecnológicos, o aumento do tempo de trabalho?"

 

Já era sabido que a maioria iria chumbar todas as propostas. As declarações de hoje de PSD e CDS confirmaram essa intenção. Os sociais-democratas tiveram o discurso mais agressivo para a esquerda, classificando as propostas da oposição de "populismo fácil". Sobre o PS em concreto, Pedro Roque quis saber "porquê só os civis?" "É algum regresso à época de mata frades?"

 

Nuno Magalhães, líder da bancada parlamentar do CDS, esclareceu que o partido tem "uma posição autónoma". "Defendemos a restauração do 1º de Dezembro em 2016", afirmou, lembrando que qualquer reposição tem de ser feita em condições de paridade entre feriados civis e religiosos. "Mas um mais um são dois. Não são quatro, nem cinco, como alguns por eleitoralismo pretendem."

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