A recuperação da pandemia, na primavera deste ano, abriu o debate sobre a escassez de mão de obra em vários setores, mas o país terá chegado ao início do verão com grande parte das necessidades de mão de obra satisfeitas no que toca à reposição da capacidade do fator trabalho na economia. Incluindo, entre os setores onde o emprego mais caiu durante os grandes confinamentos: turismo, imobiliário, serviços de apoio ou comércio.
Os últimos dados trimestrais do Instituto Nacional de estatística (INE), de junho, põem em evidência uma subida de 5,7% no emprego face ao mesmo período de 2019, com mais 252 mil trabalhadores. Há uma recuperação transversal aos vários setores de atividade, com apenas quatro exceções: a eletricidade e o gás, com menos 900 trabalhadores; a indústria, com menos 800; alguns serviços de apoio às empresas, com menos 1.800 pessoas; e a educação, que seguia com menos 13.300 trabalhadores face ao pré-pandemia.
Apesar disso, a falta de mão de obra continuava a meio do ano a ser apontada como um dos maiores constrangimentos à atividade por uma larga fatia das empresas: 40%, segundo um inquérito realizado em julho pela Confederação Empresarial de Portugal. Também o Governo continuou a avançar medidas para responder às faltas identificadas pelas empresas, nomeadamente, procurando atrair mais trabalhadores estrangeiros com novos acordos de mobilidade, facilitação de vistos e medidas fiscais.