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Ana Cristina Carvalho: "Aqui sou eu que comando a minha vida"

Ana Cristina Carvalho está entre os milhares de portugueses que tiveram que deixar família e amigos para trás e tentar a sua sorte num país diferente. A instabilidade profissional e as fracas condições de trabalho obrigaram-na a rumar a França. Nove meses depois, a jovem fisioterapeuta não se arrepende da decisão.

28 de Fevereiro de 2013 às 00:01
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Licenciada em fisioterapia, Ana Cristina Carvalho teve que procurar no exterior o que não conseguiu encontrar em Portugal. Após dois anos e meio a trabalhar na zona de Braga com contratos laborais precários e a recibos verdes, a jovem de 26 anos decidiu mudar de vida.

"Quando acabamos o curso, ainda nos contentamos com os 500 euros, mas ao fim de dois anos e meio, não conseguia ter nenhumas poupanças e continuava a viver com os meus pais", confidenciou Ana Cristina ao Negócios. A incapacidade de tornar-se independente do ponto de vista financeiro e a instabilidade profissional estiveram na base da mudança. "Fartei-me de ter vários trabalhos, passar o dia na estrada, sem fins-de-semana, sem feriados, e chegar ao fim e não ver nada", contou.

Emigrar apresentou-se, então, como a melhor solução. A escolha do destino foi fácil. "Na minha área fala-se muito de trabalho em França", explicou a fisioterapeuta. Além da facilidade para arranjar emprego, Ana Cristina contou ainda com a ajuda de duas amigas que também tinham emigrado para França um ano antes.

A primeira colocação surgiu numas termas em Allevard, nos Alpes, na zona de Grenoble, com um contrato que andava à volta de 1.800 euros, com alojamento incluído. Antes de partir para esta nova aventura, a jovem fisioterapeuta fez um curso de francês para profissionais de saúde, de modo a facilitar a adaptação ao novo país.

A língua foi mesmo uma das maiores dificuldades que a fisioterapeuta encontrou. "A adaptação em termos de língua é complicada, principalmente para pessoas que, como eu, se habituaram sempre ao inglês", explicou. Mas, mais difícil do que a língua, só mesmo as saudades da família. "Estar longe da família é o mais complicado, mas felizmente existem as novas tecnologias e consigo falar com eles todos os dias", concluiu.

A burocracia para legalizar a sua situação profissional em França foi outra das dificuldades encontradas por Ana Cristina. Apesar de ser um país da União Europeia teve de pedir uma autorização de trabalho, um processo que ainda demora alguns meses", destacou a jovem portuguesa, que teve ainda alguns problemas em inscrever-se na segurança social.

Ultrapassadas estas dificuldades iniciais, a fisioterapeuta não poderia estar mais feliz. "Sinto-me bem porque estou a fazer o que gosto e posso organizar o meu tempo", disse Ana Cristina. "Aqui sou eu que comando a minha vida", acrescentou.

Actualmente a trabalhar num departamento de fisioterapia, em Bordéus, como profissional liberal, com um salário líquido mensal que ronda os 5.000 euros, Ana Cristina não esconde a vontade de regressar a Portugal. "Mas, como as coisas estão, é muito complicado".

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