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Apenas um terço no ensino profissional. Fundação José Neves lança guia para reduzir "preconceito"

Para diminuir o preconceito que existe sobre este tipo de ensino, a Fundação José Neves lança esta quarta-feira um guia, com dados sobre empregabilidade, salários e continuação dos estudos por parte dos alunos que optam por esta via.

As áreas de cozinha, pastelaria e alojamento são as mais procuradas.
Getty Images
11 de Janeiro de 2023 às 00:01
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Mais de metade dos jovens que concluem um curso profissional consegue emprego ao fim de 14 meses de acabarem os estudos. No início da vida profissional, um jovem que tenha optado por esta via tem maior probabilidade de conseguir um emprego e um salário mais elevado do que quem opta pelo ensino científico-humanístico. E ainda, um em cada cinco jovens que acabaram cursos profissionais consegue emprego na empresa onde estagiou.

Estes são alguns dados com o quais a Fundação José Neves quer "contrariar o preconceito relacionado com o ensino profissional", numa opção que "pode revelar-se bastante vantajosa, sobretudo no rápido ingresso no mercado de trabalho", sublinha Carlos Oliveira, presidente executivo da organização criada pelo fundador da Farfetch.


No guia que é lançado nesta quarta-feira, 11 de janeiro, é referido que no ano letivo 2020/2021, cerca de 40% dos alunos portugueses no ensino secundário estavam matriculados na vertente profissional, um valor que coloca o país entre os 10 Estados-membros da União Europeia com menor percentagem de alunos neste tipo de ensino e abaixo da média da UE (49%). A Fundação lembra que o objetivo é chegar aos 55% em 2030.


Nos referidos 40% estão incluídas todas as vias profissionalizantes. Se apenas forem considerados os cursos profissionais do ensino secundário, então serão apenas 33%, correspondendo a 115.135 alunos no ano letivo 2021/2021.


No documento, é ainda referido que um terço dos jovens que concluíram um curso profissional opta por prosseguir os estudos. Destes, 22% "frequentaram uma licenciatura numa universidade, 23% frequentaram uma licenciatura num instituto politécnico. Quase metade (48%) preferiu inscrever-se num curso Técnico Superior Profissional (TeSP)".


O preconceito


A Fundação José Neves lembra que a oferta de cursos profissionais em Portugal é "bastante vasta" em áreas como a informática, a hotelaria e restauração, audiovisuais e produção, turismo e lazer ou desporto, mas também sublinha o preconceito que ainda existe, "mas é enganador".


A instituição socorre-se de um estudo de 2013 da McKinsey que inquiriu mais de 5.200 jovens de 8 países, incluindo Portugal, revelando o preconceito que existe sobre este tipo de ensino. "Em cinco países, os estudantes que concluíram uma licenciatura universitária consideram que a sociedade valoriza mais um curso académico do que cursos profissionais", salienta a Fundação


Mas, o "preconceito inicial contrasta com as necessidades de recrutamento das empresas", com estas a indicarem que "metade das suas necessidades de recrutamento futuras será de trabalhadores com formação profissional", revelando "dificuldades em encontrar trabalhadores com este tipo de ensino, em particular técnicos de restaurante/bar e eletricistas de instalações".

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