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Só 0,007% dos professores contratados entraram nos quadros

Um, dois, três. Apenas três dos mais de 45 mil contratados a prazo conseguiram passar para os quadros. Escolas puseram fim a 253 lugares

Correio da Manhã
22 de Julho de 2013 às 23:23
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Só três dos 45.431 docentes a contrato (0,007%) que concorreram este ano ao concurso nacional de vinculação de professores conseguiram um lugar nos quadros. A estes três, somam-se mais 1.341 docentes que já estavam nos quadros do Ministério da Educação, mas que conseguiram mudar para a escola, agrupamento de escolas ou região de preferência, tendo tido prioridade na colocação sobre os primeiros.

Através deste concurso, com 618 vagas disponíveis, conseguiram mudar de escola 1.147 professores, num total de 18 mil docentes dos quadros de escola candidatos. E dos quase 12 mil docentes dos quadros de zona pedagógica obrigados a concorrer, 188 conseguiram ficar nos quadros de uma escola ou agrupamento em específico – ficando menos sujeitos à mobilidade geográfica. Além destes, seis docentes em licença sem vencimento de longa duração obtiveram vaga e apenas três contratados a prazo (dois de Espanhol e um de Religião e Moral) obtiveram vaga no quadro de escola.

A estes três que agora conseguiram vinculação ao Ministério da Educação têm de se somar os 603 que conseguiram entrar para os quadros de zona pedagógica no concurso de vinculação extraordinário, que ficou concluído em Abril. Desta forma, pode-se concluir que entraram mais contratados para os quadros este ano (606) do que em 2009 (417).

As listas de colocação de professores no concurso nacional que se realiza de quatro em quatro anos foram publicadas esta segunda-feira, no site da Direcção-geral da Administração Escolar, e os professores têm "um período de cinco dias úteis durante os quais deverão aceitar na plataforma on-line o lugar no qual foram colocados", alerta o Ministério da Educação.

Desapareceram 253 lugares

Quando reportaram as necessidades de docentes, em Abril, os directores de escolas tiveram também de dizer ao Ministério da Educação qual o número de vagas negativas, ou seja, quantos lugares que, caso sejam desocupados – porque o professor saiu para outra escola ou foi para a reforma –, não precisam de ser ocupados. Na altura, os directores de escolas e agrupamentos reportaram 12.003 vagas negativas. Agora, conhecidos os resultados do concurso, ficou-se a saber que, para já, desapareceram 253 vagas das escolas.

Sindicatos criticam concurso

A Federação Nacional de Educação reagiu dizendo que "os quadros das escolas vão continuar insuficientemente dotados" em relação às necessidades e que este concurso permitiu uma "muito reduzida" mobilidade geográfica.

Já a Fenprof, mais radical nos termos, diz que "o resultado é catastrófico e revela o quanto este concurso foi uma farsa, pois não serviu para satisfazer as necessidades das escolas e dos professores".

Na próxima semana inicia-se a fase seguinte dos concursos. Quem não tiver a componente lectiva, bem como os docentes dos quadros de zona pedagógica não colocados, terá de se candidatar à mobilidade interna. Os resultados serão conhecidos no fim de Agosto. Já os contratados fazem a manifestação de preferências para o concurso de contratação inicial no princípio de Agosto e "a colocação de docentes contratados para as necessidades transitórias serão conhecidas a partir das reservas de recrutamento, sendo que as primeiras decorrerão no início de Setembro", escreve o ministério.

 
Os professores que se candidataram

Docentes dos quadros levam vantagem sobre os contratados em termos de prioridade no concurso.

 

Quadros de escola

1.147 conseguiram mudar para a escola que pretendiam

Candidataram-se a este concurso interno nacional 18.001 professores que já têm um lugar nos quadros de escola. O objectivo destes docentes passa por conseguirem transferência para uma escola mais perto da zona de residência, por exemplo.

 

Desses 18 mil docentes que se candidataram, 1.147 acabaram por conseguir lugar na escola de preferência. Os restantes mantiveram-se na escola de origem e podem voltar a concorrer a outra escola, através do mecanismo de mobilidade interna, na segunda fase dos concursos que se inicia na próxima semana. Os docentes dos quadros de escola em primeiro lugar na ordem de prioridades são aqueles que surgem em primeiro lugar na ordem de prioridades nesta corrida às vagas.

 

Quadros de zona pedagógica

188 docentes passaram para quadros de escola

A este concurso estavam obrigados a concorrer os professores dos quadros de zona pedagógica - com vínculo ao Ministério da Educação, mas sem uma escola fixa. Dos 11.916 professores com estes requisitos que se candidataram, apenas 188 conseguiram reduzir a sua posição de incerteza, tendo agora uma escola fixa. Nestes 11.916 professores já estão incluídos os 603 que obtiveram vinculação no concurso extraordinário que ficou concluído em Abril.

 

Estes docentes do quadro de zona pedagógica podem mudar todos os anos de escola, dentro duma mesma zona pedagógica, o que, com as alterações recentes, pode significar deslocações de perto de 200 quilómetros. Estes docentes surgem em segundo lugar na ordem de prioridades ao concurso.

 

Contratados a prazo

Só três de 45.431 docentes obtiveram vinculação

Os professores contratados a prazo, que podem chegar a ter mais de 15 ou 20 anos de serviço, surgem no fim da lista de prioridades neste concurso. E isso explica que de 45.431 candidatos a uma das 618 vagas abertas, apenas três tenham conseguido colocação. Dois do grupo de Espanhol e um de Educação Moral e Religiosa.

 

Em Abril, e para obedecer a um compromisso antigo e uma exigência dos sindicatos, o ministro Nuno Crato procedeu à vinculação de 603 docentes contratados a prazo que ficaram nos quadros de zona pedagógica. Neste concurso, estes três passaram para os quadros de escola. No início de Agosto, os contratados fazem a manifestação de preferências para o concurso de contratação inicial, para preencher necessidades transitórias.

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