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Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário demitiu-se após acusações de plágio
A demissão de João Grancho surge depois do Público ter noticiado que o Secretário de Estado plagiou partes de dois textos sobre educação num seminário que decorreu em Espanha em 2007.
O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, apresentou esta sexta-feira a sua demissão alegando "motivos de ordem pessoal", que foi aceite pelo ministro Nuno Crato.
"Por motivos de ordem pessoal, o Senhor Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, Dr. João Grancho, apresentou hoje ao Senhor Ministro da Educação e Ciência o seu pedido de demissão. O Senhor Ministro, agradecendo o trabalho empenhado e leal do Dr. João Grancho, transmitiu ao Senhor Primeiro Ministro esse pedido, solicitando que transmitisse ao Senhor Presidente da República o pedido de exoneração do Senhor Secretário de Estado", refere uma nota enviada às redacções pelo Ministério da Educação.
A saída de Grancho surge depois de esta sexta-feira o jornal Público ter noticiado que o responsável plagiou partes de dois textos sobre educação num seminário espanhol em 2007.
Em 2007 Grancho era presidente da Associação Nacional de Professores, tendo participado numa conferência com o tema "A dimensão moral da profissão docente", onde apresentou uma comunicação que continha cópias de "dois textos sobre educação".
Em declarações ao Público, João Grancho recusou qualquer acusação de plágio. "Pretender associar um mero documento de trabalho, não académico, nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido", adiantou.
A demissão de João Grancho surge ainda numa altura em que o ministério de Nuno Crato enfrenta forte criticismo e vários pedidos de demissão por parte da oposição parlamentar devido aos problemas e erros com a colocação de professores nas escolas para este ano lectivo.
O ministro da Educação garantiu hoje que o processo de colocação de professores nas escolas está praticamente resolvido e que, na próxima semana, os casos de alunos sem professores serão "residuais".
Nuno Crato disse também que o corte orçamental real no ensino básico e secundário será de cerca de 200 milhões de euros, uma vez que há despesas que o ministério não voltará a ter.
(Notícia actualizada pela segunda vez às 19h40 com mais informação)