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Paulo Jorge Ferreira é o novo reitor da Universidade de Aveiro

O engenheiro ribatejano que liderava o departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática venceu com larga margem as eleições para a Reitoria, pondo fim ao "reinado" dos físicos na academia aveirense.

Paulo Jorge Ferreira é o novo reitor da Universidade de Aveiro, depois de ser eleito para cumprir mandato até 2022.
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 13 de Março de 2018 às 19:07

Paulo Jorge Ferreira, professor catedrático de Engenharia Electrónica, vai ser reitor da Universidade de Aveiro (UA) durante os próximos quatro anos, sucedendo no cargo a Manuel António Assunção, que estava no cargo desde 2010 e que não se podia recandidatar devido à regra de limitação de mandatos.

 

Na votação do Conselho Geral, o novo líder máximo da academia aveirense recolheu 14 votos entre os 19 membros deste órgão presidido pelo ex-ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, em que têm assento dez representantes dos professores e investigadores, três que falam e votam em nome dos estudantes e um do pessoal técnico, administrativo e de gestão, tendo ainda cinco membros cooptados.

 

Nesta instituição de Ensino Superior que conta com mais de 14 mil estudantes, acima de um milhar de docentes ou investigadores e ainda outros 635 funcionários, a eleição de Paulo Jorge Ferreira representa o fim de um longo "reinado" de duas décadas da área da Física. É que o candidato derrotado, José Fernando Mendes (quatro votos; houve ainda um branco), até agora vice-reitor para a Investigação e Escola Doutoral, era também deste departamento, que inclusive dirigiu durante três mandatos (2004-2010).

 



Confirmada a vitória nesta disputa entre um físico do Porto e um engenheiro de Torres Novas, o novo reitor, 55 anos, expressou a "grande gratidão perante uma comunidade que acreditou, que foi fonte de inspiração e força". Citado numa nota de imprensa da UA, o responsável máximo da UA até 2022 disse ainda sentir que "há muita gente pronta a ajudar" e prometeu "tudo [fazer] para estar à altura das expectativas".

 

Valorização dos membros da comunidade académica; aposta na interdisciplinaridade; interligação e capacitação da investigação; aprofundamento da relação entre a UA e a região; reforço na acção social; aposta no desporto; e valorização do património da academia. No programa apresentado para esta corrida eleitoral, estes foram os sete pilares escolhidos por Paulo Jorge Ferreira, que agora poderá aplicar na Reitoria.

 

Ribatejano com provas dadas na gestão académica

 

Natural de Torres Novas, à excepção de uma passagem pela Philips, em Eindhoven (Holanda), Paulo Jorge Ferreira desenvolveu toda a carreira na UA. Começou em 1985 como assistente estagiário e passou depois a assistente, professor auxiliar e professor associado, até chegar a professor catedrático no Departamento de Electrónica e Telecomunicações em Fevereiro de 2002.

 

Foi também nesta instituição crida em 1973 que o novo reitor se licenciou em Engenharia Electrónica e Telecomunicações e se doutorou em Engenharia Electrotécnica em 1993. Autor de mais de 200 publicações em revistas de áreas tão diversas como a Agricultura, Bioinformática, Medicina ou Parasitologia, sustenta que algumas se tornaram "referências obrigatórias" – cita os trabalhos na área da viticultura de precisão feitos com um grupo da UTAD e investigadores espanhóis – e que da sua actividade de investigação resultaram patentes nacionais e internacionais.

 

Este ribatejano que liderou nos últimos três anos a divisão de Electrónica, Telecomunicações e Informática argumenta no currículo entregue com a candidatura a este cargo que "em resultado das mudanças que [introduziu], a atmosfera no departamento mudou totalmente e a procura dos cursos cresceu muito em número e em qualidade".

 

"Apresentei a demissão do cargo de director do departamento com a consciência de ter conseguido reunir e motivar uma equipa, ter colocado em curso dinâmicas de grande impacto e estar já a assistir aos resultados", acrescentou Paulo Jorge Ferreira, indicando que os candidatos com notas superiores a 18 valores quadruplicaram nos últimos dois anos, "um crescimento muito superior" ao registado no conjunto da UA.

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