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Mário Nogueira para Costa: "Diga ao país que os professores não estão a exigir os 600 milhões"

O dirigente da Fenprof mostrou esta quarta-feira abertura para um faseamento na contagem do tempo de serviços. Mário Nogueira acusou o primeiro-ministro de "tentar manipular a opinião pública".

Marta Moitinho Oliveira martaoliveira@negocios.pt 15 de Novembro de 2017 às 12:51

O dirigente da Fenprof Mário Nogueira disse esta quarta-feira ter "disponibilidade total" para aceitar uma solução para contar o tempo de serviço dos professores de forma faseada, como o Executivo admitiu hoje pela primeira vez, e acusou António Costa de "tentar manipular a opinião pública", assinalando que os professores nunca exigiram uma solução que custasse 600 milhões de imediato.

"Diga ao país que os professores não estão a exigir os 600 milhões", disse Mário Nogueira, dirigindo-se directamente ao primeiro-ministro, a quem acusou de "tentar manipular a opinião pública" quando defende que é contar o tempo de serviço para os professores custaria aquele valor. 

Nas declarações, feitas à RTP durante a concentração dos professores junto à Assembleia da República, o sindicalista da Fenprof disse que a greve de hoje está "muito além do expectável". "A greve atinge cerca de 90% das escolas do país", disse ainda. 

"Se era isto que o Governo queria avaliar, tem aqui o pulso dos professores", disse. "Amanhã iremos mais fortes para as para as negociações", defendeu. 

Questionado sobre o impacto de 600 milhões de euros que António Costa tem invocado como travão à contagem do tempo de serviço, Mário Nogueira começou por dizer que o "senhor primeiro-ministro está a tentar manipular a opinião pública".

"Desde o primeiro momento que as organizações sindicais disseram que não admitem perda dos tempo de serviços, mas admitem negociar um faseamento."

Nogueira quantificou as perdas acumuladas nos últimos anos. Os professores "perderam mais de 8.000 milhões de euros". "Não estamos a falar dos 600 milhões de euros", insistiu. "Não exigimos nem retroactivos, nem carreira melhorada", mas sim que sejam contados os "nove anos quatro meses e dois dias" de congelamento de carreiras. 

"De imediato, não". "Diga ao país que os professores não estão a exigir os 600 milhões", pediu Mário Nogueira a António Costa. 

Os professores querem que "lhes seja reconhecido" esse tempo, repetiu, acrescentando que a Fenprof tem "disponibilidade total para encontrar um faseamento", numa resposta também à secretária de Estado Adjunta e da Educação que no Parlamento tinha admitido esta manhã uma faseamento na contagem do tempo de serviço para efeitos do descongelamento do tempo de serviço da carreira. 

Se for "parcialmente, não tem discussão", alertou, porém, mostrando-se satisfeito com o resultado da greve e da concentração de professores à frente da Assembleia da República. "Toda esta concentração já está a surtir o seu efeito. Amanhã iremos mais fortes para as negociações."

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