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Filiais francesas são as que criam mais riqueza em Portugal
As empresas estrangeiras que criam mais riqueza em Portugal estão sediadas em França. Mas Espanha concentra a maioria das filiais estrangeiras. O peso destas 6.360 empresas no VAB português manteve-se nos 24,7%, de acordo com o INE.
As 6.360 filiais de empresas estrangeiras sediadas em Portugal contribuíram para produzir 24,7% da riqueza gerada em Portugal no ano passado no sector empresarial não-financeiro, um número que se mantém inalterado face a 2015. Já o peso no volume de negócios total subiu de 25,3% para 25,6% de 2015 para 2016. Espanha concentrava o maior número de empresas estrangeiras, mas as empresas francesas foram as responsáveis pela maioria da riqueza produzida pelas empresas com sede noutro país.
O Instituto Nacional de Estatística divulgou esta segunda-feira as Estatísticas de Globalização, que permitem perceber qual o peso na economia das filiais estrangeiras, isto é, empresas residentes em Portugal que são controladas por uma empresa não residente em Portugal.
A maioria das empresas estrangeiras com presença em Portugal tinha, no ano passado, a casa-mãe sediada na Europa – 80,2%. Eram estas empresas que concentravam também a esmagadora maioria da riqueza produzida – 78,3%. As empresas sediadas no continente americano representavam 14% do total das filiais estrangeiras, e concentravam 15,4% da riqueza. França, Espanha e Alemanha "concentraram 54,5% do total do VAB gerado por filiais de empresas estrangeiras. Acentuou-se a importância destes países, que em 2010 já detinham 49,6% do VAB gerado", lê-se no destaque do INE.
Olhando de forma mais fina para o país de origem do controlo de capital dessas empresas estrangeiras, Espanha concentrava 24% do total, mas estas representavam 15% do Valor Acrescentado Bruto. Nas empresas sediadas em França acontece o contrário: apesar de representarem 18,3% do total, as filiais com origem gaulesa foram responsáveis por 25,5% do VAB, o que representou uma subida de 0,6 pontos percentuais.
Alemanha domina na Indústria, França nas comunicações
França liderou nos sectores da Construção e Imobiliário, Comércio, Transportes e Armazenagem e Informação e Comunicação. Algumas das principais empresas francesas em Portugal são a Altice, a Auchan, Intermarché e FNAC, bem como a PSA Peugeot-Citroen ou a ANA (detida pela Vinci).
Segue-se depois a Alemanha como terceiro país mais importante: 7,1% das empresas estrangeiras são controladas a partir de terras germânicas, e são responsáveis pela criação de 13,9% da riqueza. Os EUA são o terceiro país com mais empresas estrangeiras – 9,3% do total, mas o quarto país com maior riqueza criada (12,2%). A fechar o top 5 está o Reino Unido, com 6,8% das empresas e 6,4% do VAB.
As empresas com origem na Alemanha apenas lideraram no sector da Indústria (entre as principais empresas nesta área estão a Continental Mabor e a Autoeuropa), e Espanha só atingiu a posição de liderança na Agricultura. As filiais dos EUA lideraram no sector de Restauração e Alojamento e em Outros Serviços.
O Produto Interno Bruto representa a soma dos vários VAB sectoriais. Em termos europeus, e olhando a dados de 2014 (os últimos disponíveis), Portugal estava abaixo da média europeia quanto ao contributo de empresas estrangeiras no VAB gerado pelas sociedades. Nesse ano, o peso das filiais era de 23,5%, abaixo dos 24,1% da média europeia. Irlanda e Hungria tinham "mais de metade do VAB a ser gerado por filiais estrangeiras (53,1% e 52,7%, respectivamente)".
As empresas estrangeiras de perfil exportador (que exportam 50% ou mais da produção) "concentraram 35,9% do VAB do total das filiais estrangeiras em 2016", diz ainda o INE.