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Gene Grossman: "Zona Euro exagera na austeridade em detrimento da recuperação e crescimento”

Gene Grossman considera que "a Zona Euro exagera na austeridade em detrimento da recuperação e crescimento", e que "limitar a circulação de pessoas e ideias vai ser um grande erro, e muito caro". É o 17.º doutor “honoris causa” da Universidade do Minho.

17 de Fevereiro de 2016 às 10:50
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A Universidade do Minho (UMinho) atribui hoje, 17 Fevereiro, o doutoramento "honoris causa" a Gene Grossman (na foto), um dos economistas mais influentes do mundo. Ainda esta noite, o professor da universidade norte-americana de Princeton será o orador convidado numa conferência na reitoria minhota, ao lado do ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

 

Em entrevista ao Nós, jornal online da UMinho (http://www.nos.uminho.pt/Article.aspx?id=2179), Gene Grossman preferiu não comentar a situação económica de Portugal, optando por manifestar a sua desilusão com a evolução da União Europeia. "Estou decepcionado com o desempenho da Zona Euro como um todo, onde eu vejo uma ênfase exagerada na austeridade e uma preocupação excessiva na estabilidade de preços em detrimento da recuperação e crescimento", considera este nova-iorquino, de 60 anos.

 

Questionado sobre o impacto do problema da imigração na Europa, o conflito sírio e a expansão do Estado Islâmico, o 17.º doutor "honoris causa" da UMinho começou por se mostrar "muito preocupado com as tendências nacionalistas e populistas que são hostis à imigração", argumentando que, "durante séculos, as economias têm prosperado com base na diligência, inovação e pura ambição dos imigrantes altamente motivados".

 

"Vai ser um grande erro, e muito caro, limitar a circulação de pessoas e ideias", alerta Gene Grossman.

 

Conselheiro e consultor do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Grossman foi ainda confrontado com a clássica questão: Por que razão as previsões económicas falham tantas vezes? Depois da também clássica reacção – "a economia é um sistema muito complicado…", lembrou que "o pessimismo pode surgir num mercado sem razão aparente, ou pelo menos sem uma boa razão que possamos atender".

 

Então "como podemos prever tais coisas?", interrogou-se. Impressionante é a resposta daquele é que é um dos 100 economistas mais influentes, segundo a publicação IDEAS/RePEc. "Estou mais impressionado com a forma como a profissão é boa em prever a resposta a várias políticas, do que surpreso com as suas falhas em prever a próxima recessão", confessou Grossman.

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