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Xi Jinping assegura que "não existem conflitos estratégicos" entre China e UE

Segundo Xi Jinping, a China deseja que a UE se torne num "parceiro importante" para o país asiático, para que ambos "aproveitem as oportunidades de mercado que vão surgir".

01 de Dezembro de 2022 às 11:50
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O líder chinês, Xi Jinping, assegurou esta quinta-feira, em Pequim, que "não existem conflitos estratégicos" entre a China e a União Europeia e que ambas as partes devem "reforçar a comunicação", num encontro com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"Não existe conflito estratégico entre a China e a União Europeia [UE]", afirmou o presidente chinês, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

"Devemos reforçar a coordenação em questões macroeconómicas, garantir em conjunto cadeias de fornecimento estável, construir alicerces para a economia digital e proteger o meio ambiente", acrescentou.

Xi enfatizou que ambos os lados devem opor-se à "desassociação entre economias, a uma nova guerra fria ou ao protecionismo comercial".

"A China vai permanecer aberta às empresas europeias e espera que a UE elimine a interferência e forneça um ambiente de negócios justo e transparente para as empresas chinesas", acrescentou.

Segundo Xi Jinping, a China deseja que a UE se torne num "parceiro importante" para o país asiático, para que ambos "aproveitem as oportunidades de mercado que vão surgir".

"Devemos esclarecer que não há diferenças estratégicas ou conflitos fundamentais entre os dois. A China não quer dominar ninguém e apoia a UE a manter uma estratégia autónoma", frisou, numa referência aos laços entre a Europa e Estados Unidos.

"Esperamos que as instituições europeias e os seus Estados-membros possam ter uma compreensão objetiva e correta da China e aderir a uma política de coexistência e cooperação pacíficas", acrescentou.

Xi Jinping acrescentou que, mesmo que "haja diferenças em alguns assuntos", ambos os lados devem "manter uma comunicação construtiva".

"A chave é respeitar as preocupações e interesses de cada um, especialmente em relação à soberania e integridade territorial, e não interferir nos assuntos internos da outra parte", afirmou Xi, antes de assegurar que Pequim está "pronta" para manter o Diálogo China - UE sobre os Direitos Humanos Direitos, "com base na igualdade e no respeito mútuo".

"Quanto mais turbulento o mundo se tornar e quanto mais desafios globais enfrentarmos, mais significativas serão as relações entre nós", afirmou.

Em relação à guerra na Ucrânia, Xi disse que uma solução "política" é do "melhor interesse da Europa e dos países da Eurásia".

"É necessário evitar uma escalada ou um aprofundamento da crise", disse.

"Persistimos na promoção do diálogo para a paz e no controlo dos efeitos indiretos da crise. A China apoia a UE a mediar e liderar a construção de uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável. A China está sempre do lado da paz e continuará a desempenhar um papel construtivo à sua maneira", apontou.

De acordo com o comunicado das autoridades chinesas, Charles Michel disse a Xi que a UE respeita a política de 'Uma só China' e que deseja "reforçar a comunicação", para "reduzir mal-entendidos" e "enfrentar desafios no âmbito da energia, saúde e clima".

A política 'Uma só China' pressupõe que Taiwan, que Pequim considera uma província sua, não é um país independente.

"O lado europeu está disposto a continuar a promover o processo para chegar a um acordo de investimento entre ambas as partes", disse o presidente do Conselho Europeu, sobre o acordo que está congelado há mais de um ano.

Michel foi a Pequim sozinho e sem uma delegação mais ampla de representantes do Conselho ou da Comissão Europeia.

A sua visita surge após a recente deslocação a Pequim do chanceler alemão, Olaf Scholz, e do encontro entre o líder chinês e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na cimeira do G20, em Bali, na Indonésia.

Os chefes de Estado e de Governo da UE discutiram, em outubro passado, a melhor forma de abordar a relação com a China no futuro, concordando com a importação de defender os direitos e liberdades fundamentais europeus e "introduzir mais reciprocidade" nas relações económicas com Pequim.
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