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Vítor Bento: Propostas dos peritos do PS facilitam bloco central

O economista diz que o relatório "Uma década para Portugal" devolveu ao PS a credibilidade perdida e que, situando-se na área da esquerda liberal, facilita um entendimento governativo com outras forças que não as da esquerda mais radical.

Sara Matos/Negócios
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"Uma década para Portugal", o documento preparado por um conjunto de economistas para o PS, tem, segundo Vítor Bento, múltiplas virtudes. É um exercício inovador e útil, que eleva o debate pré-eleitoral; permite ao PS recuperar a credibilidade perdida no último governo de José Sócrates; e afasta o partido do namoro com a esquerda radical, abrindo espaço a entendimentos político-partidários que possam vir a ser necessários – longe da esquerda à esquerda do partido.

 

Falando durante uma conferencia organizada pelo ISEG para apresentar à comunidade académica as propostas dos economistas que prepararam aquele que pretende ser a base do programa eleitoral do PS, Vítor Bento começou por classificar o trabalho de "bastante útil" e "inédito", já que não é habitual assistir-se, no âmbito do debate eleitoral, à apresentação de trabalhos com este nível de "integralidade e de coerência interna".

 

Depois, enumerou aquelas que, a seu ver, são as vantagens do documento, para o PS e para o País. Ao Partido Socialista, o documento "permitiu-lhe reganhar uma ideia de credibilidade", considera. Após a governação anterior que precipitou o pedido de resgate e quatro anos de assistência financeira por parte da troika, "este trabalho, de alguma forma, permite recuperar a ideia dessa capacidade" e credibilidade política do partido.

 

Para os cenários de governabilidade do País, esta proposta é igualmente virtuosa. Vítor Bento identifica um pensamento de esquerda liberal subjacente às propostas dos peritos, e regista "com agrado, a componente liberal que é trazida a esta discussão". Não apenas por afinidade ideológica, mas porque elas "re-situam o PS num terreno central". "Afasta-o das propostas de namoro da esquerda mais radical" e aproxima o partido "de um cenário de governabilidade dentro daquilo que são as restrições que se colocam à governabilidade, criando  um cenário de maiores entendimentos no espectro político-partidário, se isso vier a ser necessário".

 

Sobre as propostas propriamente ditas, sublinhou duas discordâncias e uma desconfiança. Vítor Bento discorda das restrições aos contratos a prazo que os peritos propõem, por poder induzir maior rigidez ao mercado de trabalho, e não concorda com a descida da taxa social única para os trabalhadores, onde não vê lógica nem utilidade.

 

A desconfiança reside nas projecções que mostram que as remunerações por trabalhador cairiam mais com as medidas propostas do que sem elas.

 

Além de Vítor Bento, participam no debate Vítor Escária, Mário Centeno e Paulo Trigo Pereira, membros do grupo de trabalho que preparou o relatório para o PS. António Costa, secretário-geral do partido, marca presença na primeira fila. 

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