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Vieira Lopes insiste na redução do IVA horas antes de reunião sobre a crise

João Vieira Lopes contornou a questão da subida dos salários, perante a escalada da inflação, e afirmou que a CCP está a "debater-se por medidas de carácter fiscal". A concertação social ocorre hoje à tarde.

João Cortesão
22 de Março de 2022 às 14:01
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João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) afirmou, à margem da conferência promovida pela Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), que as medidas tomadas pelo governo para combater a presente crise "são necessárias mas insuficientes".

"No entanto, tendo em conta que o governo vai mudar não sabemos muito bem -- estamos na expectativa -- de saber qual é o nível de empenhamento", acrescentou Vieira Lopes.

Questionado se está pessimista quanto ao futuro, o líder associativo explicou que "estou pessimista porque de facto estamos quase na tempestade perfeita, com a inflação, subida das taxas de juro, uma ou outra interrupção na cadeia de produtos e enfim os aspetos psicológicos e a atitude dos consumidores".

"Nós esperamos que não demore muito isto da guerra, porque senão vai ter de facto impacto no consumo", advertiu Vieira Lopes.

Já quando interrogado se perante as pressões inflacionistas os patrões estão dispostos a subir os salários, o líder associativo respondeu "que esse é o grande problema, nem todas as empresas estarão, mas ao nível inflacionista é praticamente impossível [subir salários], por isso é que todos nós estamos a debater-nos por medidas de carácter fiscal, seja em termos de IRS, seja de IVA -- que é maneira mais rápida de proteger os consumidores, nomeadamente nos produtos básicos".

"No caso da CCP fomos muito claros, achamos que independentemente do IVA dos combustíveis e da energia deve baixar claramente o IVA de um conjunto de bens alimentares essenciais", explicou Vieira Lopes."Se o cabaz globalmente baixar o IVA isso ajudará as pessoas que têm mais dificuldades em termos de rendimentos", acrescentou Vieira Lopes.

Questionado se há o risco de empresas repercutirem mais o preço dos produtos, aproveitando a boleia de inflação do que o necessário, Vieira Lopes respondeu "que pouca gente ou ninguém se arriscará a tomar medidas desses tipo", o objetivo é aumentar as vendas".

As declarações do líder da CCP surgem horas antes de um econtro da primeira reunião do grupo de trabalho criado entre o governo e os parceiros sociais para discutir as consequências económicas da crise na Ucrânia.

Este grupo de trabalho foi decidido na reunião da concertação social de há duas semanas, onde o primeiro-ministro anunciou as mais recentes medidas para atenuar a carga fiscal sobre os combustíveis.

(Corrigido às 15:07 para explicar que a reunião em causa é grupo de trabalho constituido no âmbito da concertação social). 
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