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UGT quer subir salário mínimo para 525 euros em 2016
A confederação sindical vai propor um aumento nominal semelhante ao que foi conseguido no acordo de Setembro do ano passado e que abrangeu meio milhão de trabalhadores.
O secretário-geral da UGT vai apresentar uma proposta para aumentar o salário mínimo nacional (SMN) para, pelo menos, 525 euros, e para vigorar a partir de Janeiro do próximo ano. Ou seja, poucos meses após a realização de eleições legislativas, agendadas para 4 de Outubro.
Em declarações à Antena1, Carlos Silva disse que "não está definido o valor mas andará à volta de um valor, em termos exactos, similar ao do ano passado", quando, em Outubro, a remuneração mínima no país subiu de 485 euros para 505 euros. "Se colocarmos 20 euros, que foi o que conseguimos de aumento líquido, dará no mínimo 525 euros", resumiu.
Já este ano, durante a comemoração do 1.º de Maio no pavilhão Rosa Mota, no Porto, o líder da confederação sindical tinha indicado que iria propor um novo aumento do SMN em 2016 – que antes desta última subida esteve congelado desde 2011 –, mas na altura não explicitou o valor da actualização.
Cerca de meio milhão de trabalhadores foram abrangidos pela subida da remuneração acordada em Setembro e implementada desde Outubro de 2014. Este aumento, que vigorará até ao final de 2015, decorreu de um acordo estabelecido entre o Governo, as confederações patronais e a UGT, deixando de fora a CGTP, que considerou insuficiente o valor de 505 euros.
Quase um quinto dos trabalhadores dependentes recebe o salário mínimo nacional. Os dados divulgados em Junho pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia revelam que a percentagem de trabalhadores por conta de outrem que trabalha a tempo completo e que recebe o salário mínimo subiu de 13,2% em Outubro de 2013 para 19,6% em Outubro de 2014. O peso é maior entre as mulheres: uma em cada quatro recebe o mínimo possível.
Mais credível que em 2011
Na entrevista à rádio pública, emitida esta sexta-feira, 31 de Julho, o secretário-geral da UGT admitiu que, do ponto de vista da credibilidade externa, "o país está hoje melhor do que estava em 2011", embora tenha recordado que o resultado foi alcançado à custa de muitos sacrifícios e que, "do ponto de vista social, o país não está bem".
Ao mesmo tempo que garantiu a disponibilidade da estrutura sindical para discutir a sustentabilidade da Segurança Social com o Executivo que sair das próximas eleições legislativas, Carlos Silva reconheceu que nos últimos anos houve uma banalização do recurso à greve em alguns sectores de actividade.