"Gostei bastante do que ouvi, mas diria que faltou uma crítica ao Orçamento, que não é um Orçamento nem de crescimento, nem de emprego, nem de justiça social", afirmou o líder da UGT, em declarações à agência Lusa.

Embora considerando que esta foi uma "lacuna importante", João Proença admitiu que "teve uma razão de ser: o Presidente pretendeu claramente dar uma mensagem destacando a necessidade de todos assumirem as suas responsabilidades, em termos gerais e individuais, e que, de facto, o diálogo social e o diálogo político são fundamentais para a saída da crise".

Para a UGT, Cavaco Silva transmitiu "uma mensagem de grande preocupação com a actual situação e com os sacrifícios que os portugueses vão enfrentar em 2012, com o agravamento da pobreza, da exclusão e com situações sociais inaceitáveis e potencialmente originadoras de conflitos", alertando que "deve ser feito um grande esforço para procurar medidas adequadas".

"Vemos muito positivamente todo o conteúdo do discurso e, sobretudo, esta chamada de atenção para não existir uma política de 'posso, quero e mando’ por parte do Governo e existirem, antes, medidas de diálogo social. Não podemos estar confrontados permanentemente com imposições da troika ou do Governo português através da troika", sustentou Proença.

Na sua mensagem de Ano Novo, transmitida no domingo pela RTP, Cavaco Silva considerou que a resolução das dificuldades nacionais exige, além de rigor orçamental, uma agenda para o crescimento e emprego, sem a qual "a situação social poderá tornar-se insustentável".

O Presidente apelou ao "diálogo construtivo entre o Governo e a oposição" e ao "aprofundamento da concertação social", alertando para a necessidade de preservação da "coesão nacional" e da "coesão social".