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Trump perto de anunciar intenção de saída dos EUA do NAFTA

O presidente norte-americano estará prestes a assinar o documento que poderá culminar no divórcio entre os Estados Unidos e os restantes dois parceiros do Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA), o México e o Canadá.

Reuters
27 de Abril de 2017 às 00:44
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Donald Trump está a ponderar seriamente assinar um documento, dentro de dias, que sinalizará a sua intenção de retirar os EUA do Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA) dentro de seis meses, informaram à Bloomberg três fontes conhecedoras do processo.

 

O processo está ainda a decorrer e a Casa Branca poderá mudar o rumo pretendido. No entanto, se Trump assinar a carta de intenções, então terá início um processo formal que poderá culminar com a saída dos EUA de um pacto comercial com o México e o Canadá que dura há 23 anos, referiu a agência noticiosa.

 

A assinatura desse documento não exige que Trump retire os EUA do NAFTA após o prazo legal de seis meses para accionamento do processo, mas é um dos passos exigidos caso o presidente norte-americano decida mesmo avançar com a ideia, explicou a Bloomberg.

 

A 21 de Novembro de 2016, apenas 13 dias depois das eleições presidenciais, Donald Trump – que viria a tomar posse a 20 de Janeiro deste ano – tinha já afirmado que iria efectivar logo nos primeiros dias de mandato algumas das promessas feitas durante a campanha relativamente a acordos comerciais já estabelecidos ou em curso, e que pretendia reverter.

 

Com efeito, durante a sua campanha para as eleições presidenciais norte-americanas, o republicano tinha defendido medidas proteccionistas e insistiu que iria retirar os EUA dos acordos comerciais multilaterais já assinados ou em negociação. 


Um deles era a Parceria TransPacífico (TPP) e o outro NAFTA. Prometeu "rasgar" ambos. E nessa noite de 21 de Novembro anunciou que, logo no seu primeiro dia em funções na Casa Branca, iria retirar os EUA da Parceria TransPacífico. Não foi logo no primeiro dia, mas foi dois dias depois: a 23 de Janeiro retirou formalmente o país da Parceria TransPacífico.


Recorde-se que, depois de vários anos de negociações, o acordo de associação comercial TPP foi assinado em 2015 por 12 países que abarcam 40% da economia mundial - Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname -, tendo Barack Obama sido um dos seus grandes impulsionadores. 

No entanto, a Parceria TransPacífico não tinha sido ratificada pelo Congresso norte-americano - precisamente devido à oposição dos republicanos. Com esta retirada dos EUA, o acordo fica em perigo, uma vez que, para ser implementado, exige a representação de pelo menos 85% do PIB agregado dos países subscritores, o que o torna dependente das economias mais poderosas – os Estados Unidos e o Japão.


NAFTA, o "desacordo" seguinte

 

Entretanto, a retirada do NAFTA – que inclui os Estados Unidos, Canadá e México – manteve-se também em cima da mesa.

 

No passado dia 27 de Janeiro, Donald Trump, referindo-se à conversa telefónica que tinha tido com o seu homólogo mexicano, Peña Nieto, afirmou que tinha sido "uma boa conversa". No entanto, considerou que os mexicanos andavam a fazer os EUA parecerem uns patetas.

 

"Tenho um grande respeito pelo México. Amo os mexicanos, trabalho com mexicanos a toda a hora. Mas eles têm-nos feito parecer uns parvos com o NAFTA, que nos deixou um défice de 60.000 milhões de dólares", afirmou.

"A isso junta-se uma 'fronteira branda e débil'", declarou Donald Trump nesse mesmo dia, dizendo que não iria permitir que isso continuasse a acontecer e que iria, portanto, renegociar com o México tanto o tratado comercial como "outros aspectos" da relação entre os dois países.

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