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Têxteis do Paquistão autorizados a "invadir" a Europa

Na sequência de uma proposta de Bruxelas, a Organização Mundial de Comércio acaba de dar livre acesso ao mercado comunitário para o têxtil e vestuário paquistanês. O eurodeputado Nuno Melo fala em "tratamento preferencial trágico" para a indústria nacional.

15 de Fevereiro de 2012 às 15:10
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De acordo com uma nota de imprensa emitida pelo gabinete do deputado europeu eleito pelo CDS-PP, a Organização Mundial do Comércio acaba de aprovar um “waiver” (tratamento preferencial às exportações de produtos de um país específico), aos produtos têxteis e do vestuário oriundos do Paquistão.

Nuno Melo apresentou já um projecto de resolução em que apela ao Conselho e à Comissão Europeia, de quem partiu a proposta, para que “ponderem a extraordinária situação de crise vivida em Portugal e na Europa” e em que exorta a que impeçam a abertura do mercado comunitário, na base do ‘waiver’, a estes produtos paquistaneses.

Segundo denuncia o eurodeputado português, “a decisão é errada e será letal para um enorme número de empresas e postos de trabalho em Portugal e na Europa”. Isto porque terão de concorrer com empresas paquistanesas “que recorrem ao trabalho infantil, não suportam custos sociais, ambientais, utilizam matérias-primas proibidas na União Europeia e subvertem as normais regras de mercado”.


Exportações aumentaram 8,4% em 2011

A indústria têxtil e do vestuário representa quase 11% do total das exportações portuguesas e tem um peso forte na indústria transformadora nacional: 22% do emprego (responde por 155 mil postos de trabalho directos), 8% do volume de negócios e 7% da produção.

Os dados do comércio internacional publicados na semana passada pelo INE, o têxtil fechou o ano com aumentos nas vendas ao exterior de 8,4% (tinha sido de 6,7% de 2009 para 2010), equivalente a 4 mil milhões de euros exportados, recuperando este valor de referência perdido em 2009 e 2010.

O presidente da associação do sector (ATP), João Costa, disse nessa altura ao Negócios que, admitindo que a economia europeia reanime a partir do segundo trimestre do ano, o sector conta “com um ano semelhante ao de 2011”. “Não estamos a prever crescimento. E se houver quebra, que não seja muito significativa”, acrescentou.
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