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Tarifas dos EUA devem atingir a Europa já na próxima semana

A reunião que deverá dar luz verde aos Estados Unidos para avançarem com tarifas alfandegárias sobre a Europa terá lugar na próxima segunda-feira.

Reuters
27 de Setembro de 2019 às 16:06
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A Organização Mundial do Comércio (OMC) prepara-se para dar razão aos Estados Unidos numa queixa que apresentaram há mais de uma década e, assim, deixa o caminho aberto à imposição de tarifas de milhares de milhões de dólares sobre produtos europeus. A reunião que deverá tornar a decisão oficial acontece já na próxima segunda-feira, 30 de setembro.

Os decisores da OMC reúnem-se às 10 da manhã de Genebra e espera-se que a conclusão do encontro seja a de que os subsídios europeus à Airbus são ilegais. Esta avaliação dá razão à queixa apresentada pelos Estados Unidos há mais de 10 anos e abre caminho a que Washington avance com tarifas sobre a Europa como medida sancionatória.

O sentido da decisão da organização de comércio já havia sido noticiado na semana passada pela publicação italiana Politico, citando fontes não oficiais dentro da Comissão Europeia. Há dois dias, a mesma confirmação foi avançada pela Bloomberg, acrescida do provável valor dos produtos que serão sujeitos a tarifas: 8 mil milhões de dólares (7,27 mil milhões de euros).

Washington, que tem reclamado contra o tempo que a OMC está a demorar a adotar uma decisão, já tem preparada uma lista de produtos europeus que podem ser alvo das tarifas. Esta inclui helicópteros de passageiros, vários queijos e vinhos, fatos de neve, algumas motas, azeitonas, massa, assim como alguns tipos de whiskey.

A lista foi anunciada por Trump em abril deste ano, quando o presidente dos Estados Unidos obteve indicações que a decisão da OMC iria ser favorável ao seu país.  

Uma das soluções para este caso passa por negociações entre Washington e Bruxelas, que possibilitem firmar um acordo entre as duas partes que regule os apoios à indústria aeronáutica. Mas, como lembra uma das fontes europeias contactadas pelo Político, a estratégia habitual dos EUA passa "atingir primeiro e negociar depois". 


Fonte oficial da OMC, sem querer comentar a decisão sobre os apoios à Airbus, avisa que "se avançarem para tarifas, ninguém fica a ganhar".

Europa de mão no coldre

Do lado europeu, a nova responsável pela Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, pediu na carta de missão que preparou para o comissário do Comércio, que se reforce o arsenal de ferramentas à disposição da Europa para contra-atacar possíveis investidas comerciais, nas quais se enquadram as ameaças que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem vindo a avançar.

E, mesmo que a Europa perca "o caso" dos subsídios à Airbus, o bloco tem outra carta na manga. É que a Europa também colocou uma queixa contra os Estados Unidos alegando que a Boeing recebeu apoios ilegais e a decisão da OMC deverá ser conhecida dentro de oito meses, de acordo com fontes citadas pelo Politico. Caso ganhe na OMC, a Europa poderá retaliar com tarifas sobre importações avaliadas em 12 mil milhões de dólares, incluindo de produtos como jogos de vídeo e ketchup.

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