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Senado aprova reforma fiscal e dá um "grande e bonito presente de Natal" a Trump

Donald Trump conhece a primeira grande vitória do seu mandato, depois de o Senado ter aprovado esta madrugada um pacote fiscal que introduz alterações profundas na estrutura de impostos norte-americana.

Reuters
Negócios 20 de Dezembro de 2017 às 08:54
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Donald Trump prepara-se para receber por estes dias o seu "grande e bonito presente de Natal", depois de esta madrugada o Senado ter dado luz verde à maior e mais profunda reforma fiscal da história dos Estados Unidos das últimas décadas.



Embora a legislação ainda tenha de passar novamente pela Câmara dos Representantes, a votação no Senado é que era o teste de fogo final para o pacote fiscal que está a dividir a política norte-americana. Todos os senadores presentes na sessão deram luz verde à legislação, em contraste com os democratas, que votaram unanimemente contra ele, descreve a imprensa norte-americana. John McCain, o republicano que se tinha oposto abertamente às iniciativas de Donald Trump, acabou por estar ausente da reunião, tendo a votação ficado nos 51 votos a favor e 48 contra.

A votação no Senado ocorreu poucas horas depois da aprovação do mesmo pacote na Câmara dos Representantes, aqui já com uma margem mais folgada de 227 votos a favor e 203 contras, e com o desconforto entre republicanos mais visível: houve 12 congressistas eleitos pelo Partido Republicano a votar conta e nenhum democrata a favor. Por razões processuais descobertas à ultima hora, o pacote terá contudo de voltar a ser votado por esta câmara do congresso. 

Segundo relatos do The Guardian, as votações decorreram com repetidas interrupções de manifestantes nas galerias, na sua maioria contra as propostas agora aprovadas – "kill the bill" terá sido uma das frases de ordem mais usadas. A censura à reforma fiscal será também comungada pela maioria dos norte-americanos, pelo menos a julgar por uma sondagem publicada pela CNN, dando conta de que apenas 33% dos inquiridos a viam com bons olhos, contra 55%.

Donald Trump conseguiu assim a sua primeira grande vitoria do mandato, um feito que ainda há poucos meses parecia tremido. Isso mesmo transpareceu das declarações de vários republicanos durante a noite, entre as quais a de Kevin McKCarthy, líder dos republicanos na Câmara dos Representantes que, radiante, perguntou: "Alguma vez acreditaram que estaríamos aqui hoje"?


Donald Trump já veio congratular-se com a aprovação, e, contando já com a luz verde da Câmara dos Representantes, marcou uma conferência de imprensa para esta tarde.




Em traços muito gerais, a reforma fiscal de Donald Trump baixa muito significativamente a taxa de imposto sobre as empresas, dos actuais 35% para os 21%. Nas pessoas singulares, mantêm-se os sete escalões, mas as taxas também são reduzidas, embora de forma temporária (por exemplo, o último escalão, para rendimentos acima de 500 nil dólares, a taxa reduz-se de 39,6% para 37%). 

Enquanto os republicanos garantem que esta uma reforma que favorece a classe média, os democratas e vários jornais afiançam que são os mais ricos e as grandes corporações quem mais sairá a ganhar. Entre os grandes vencedores estão o próprio presidente, já que está prevista uma redução significativa da taxa de imposto que recai sobre as sociedades em regime de transparência fiscal ("pass throug entities"), a modalidade em que a família Trump organiza os seus negócios imobiliários. 




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