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Senado aprova reforma fiscal e dá um "grande e bonito presente de Natal" a Trump
Donald Trump conhece a primeira grande vitória do seu mandato, depois de o Senado ter aprovado esta madrugada um pacote fiscal que introduz alterações profundas na estrutura de impostos norte-americana.
Donald Trump prepara-se para receber por estes dias o seu "grande e bonito presente de Natal", depois de esta madrugada o Senado ter dado luz verde à maior e mais profunda reforma fiscal da história dos Estados Unidos das últimas décadas.
Embora a legislação ainda tenha de passar novamente pela Câmara dos Representantes, a votação no Senado é que era o teste de fogo final para o pacote fiscal que está a dividir a política norte-americana. Todos os senadores presentes na sessão deram luz verde à legislação, em contraste com os democratas, que votaram unanimemente contra ele, descreve a imprensa norte-americana. John McCain, o republicano que se tinha oposto abertamente às iniciativas de Donald Trump, acabou por estar ausente da reunião, tendo a votação ficado nos 51 votos a favor e 48 contra.
A votação no Senado ocorreu poucas horas depois da aprovação do mesmo pacote na Câmara dos Representantes, aqui já com uma margem mais folgada de 227 votos a favor e 203 contras, e com o desconforto entre republicanos mais visível: houve 12 congressistas eleitos pelo Partido Republicano a votar conta e nenhum democrata a favor. Por razões processuais descobertas à ultima hora, o pacote terá contudo de voltar a ser votado por esta câmara do congresso.
Segundo relatos do The Guardian, as votações decorreram com repetidas interrupções de manifestantes nas galerias, na sua maioria contra as propostas agora aprovadas – "kill the bill" terá sido uma das frases de ordem mais usadas. A censura à reforma fiscal será também comungada pela maioria dos norte-americanos, pelo menos a julgar por uma sondagem publicada pela CNN, dando conta de que apenas 33% dos inquiridos a viam com bons olhos, contra 55%.
Donald Trump conseguiu assim a sua primeira grande vitoria do mandato, um feito que ainda há poucos meses parecia tremido. Isso mesmo transpareceu das declarações de vários republicanos durante a noite, entre as quais a de Kevin McKCarthy, líder dos republicanos na Câmara dos Representantes que, radiante, perguntou: "Alguma vez acreditaram que estaríamos aqui hoje"?
Donald Trump já veio congratular-se com a aprovação, e, contando já com a luz verde da Câmara dos Representantes, marcou uma conferência de imprensa para esta tarde.
The United States Senate just passed the biggest in history Tax Cut and Reform Bill. Terrible Individual Mandate (ObamaCare)Repealed. Goes to the House tomorrow morning for final vote. If approved, there will be a News Conference at The White House at approximately 1:00 P.M.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 20, 2017
Em traços muito gerais, a reforma fiscal de Donald Trump baixa muito significativamente a taxa de imposto sobre as empresas, dos actuais 35% para os 21%. Nas pessoas singulares, mantêm-se os sete escalões, mas as taxas também são reduzidas, embora de forma temporária (por exemplo, o último escalão, para rendimentos acima de 500 nil dólares, a taxa reduz-se de 39,6% para 37%).
Enquanto os republicanos garantem que esta uma reforma que favorece a classe média, os democratas e vários jornais afiançam que são os mais ricos e as grandes corporações quem mais sairá a ganhar. Entre os grandes vencedores estão o próprio presidente, já que está prevista uma redução significativa da taxa de imposto que recai sobre as sociedades em regime de transparência fiscal ("pass throug entities"), a modalidade em que a família Trump organiza os seus negócios imobiliários.