Notícia
Salários baixos em Portugal? "Para muitas pessoas até são mais altos do que deviam"
O presidente do Fórum para a Competitividade critica as 35 horas semanais, o desinvestimento no crescimento e garante que professores portugueses são dos mais bem pagos da UE.
Negócios
08 de Março de 2019 às 08:52
Pedro Ferraz da Costa, economista e presidente do Fórum para a Competitividade, considera que há trabalhadores portugueses que recebem demasiado para as horas que trabalham. Numa entrevista ao jornal i reforça que semana de 35 horas na função pública é um erro e que o Governo não fez nada para aumentar o crescimento nacional.
Numa entrevista em que se mostra muito crítico dos horários praticados na função pública, incluindo nos hospitais, Ferraz da Costa afirma mesmo que em Portugal há quem receba mais do que devia, para o trabalho que desenvolve, não especificando a que profissões se refere. "Não estou a dizer que os salários devem ser altos ou baixos. Acho que para muitas pessoas até são mais altos do que deviam, pois não deviam ser tão altos para os que apresentam maior absentismo ou para os que não se importam com o que se passa ou para os que ficaram em casa."
Estas declarações surgem depois do economista criticar os professores nacionais. Segundo o líder do Fórum para a Competitividade os professores nacionais "são dos mais bem pagos ou os segundos mais bem pagos em paridade de poder de compra da União Europeia", uma declaração que é desmentida pelo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) Education at a Glance 2018.
Ferraz da Costa deixou ainda bem explícito que continua a não concordar com o funcionamento da função pública, voltando a criticar as semanas de 35 horas: "Toda a gente critica essa medida e não é só as 35 horas semanais. Os funcionários públicos também têm direito a ter reforma mais cedo, trabalham menos anos, menos horas, têm mais feriados e contam com sistemas de avaliação mais ligeiros". "E porquê se trabalham menos horas? É só por questões eleitorais", acusa.
Crescimento e emprego: "Não há medidas para pôr o país a crescer"
"Não me recordo nesta legislatura de alguma ter ouvido um conjunto organizado de medidas com o objetivo de pôr o país a crescer", uma constante em todos os governos nacionais desde o 25 de Abril, considera Pedro Ferraz da COsta.
O economista refere ainda que não há interesse externo em vir para Portugal porque "as condições não são muito boas. Quando olhamos para o diferencial de salários entre o que ganha um médico em Portugal e o que é oferecido a um médico na Galiza ficamos com uma ideia clara do desnível que existe".
E apesar destas críticas salariais, Ferraz considera que os níveis migratórios nacionais não aumentaram devido a "condições salariais": "As pessoas foram lá para fora porque acharam que tinham hipótese de lutar por uma promoção profissional e que cá é muito difícil".
Numa entrevista em que se mostra muito crítico dos horários praticados na função pública, incluindo nos hospitais, Ferraz da Costa afirma mesmo que em Portugal há quem receba mais do que devia, para o trabalho que desenvolve, não especificando a que profissões se refere. "Não estou a dizer que os salários devem ser altos ou baixos. Acho que para muitas pessoas até são mais altos do que deviam, pois não deviam ser tão altos para os que apresentam maior absentismo ou para os que não se importam com o que se passa ou para os que ficaram em casa."
Ferraz da Costa deixou ainda bem explícito que continua a não concordar com o funcionamento da função pública, voltando a criticar as semanas de 35 horas: "Toda a gente critica essa medida e não é só as 35 horas semanais. Os funcionários públicos também têm direito a ter reforma mais cedo, trabalham menos anos, menos horas, têm mais feriados e contam com sistemas de avaliação mais ligeiros". "E porquê se trabalham menos horas? É só por questões eleitorais", acusa.
Crescimento e emprego: "Não há medidas para pôr o país a crescer"
"Não me recordo nesta legislatura de alguma ter ouvido um conjunto organizado de medidas com o objetivo de pôr o país a crescer", uma constante em todos os governos nacionais desde o 25 de Abril, considera Pedro Ferraz da COsta.
O economista refere ainda que não há interesse externo em vir para Portugal porque "as condições não são muito boas. Quando olhamos para o diferencial de salários entre o que ganha um médico em Portugal e o que é oferecido a um médico na Galiza ficamos com uma ideia clara do desnível que existe".
E apesar destas críticas salariais, Ferraz considera que os níveis migratórios nacionais não aumentaram devido a "condições salariais": "As pessoas foram lá para fora porque acharam que tinham hipótese de lutar por uma promoção profissional e que cá é muito difícil".