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Rússia admite legalizar empresas militares privadas incluindo grupo Wagner

Uma das empresas que pode vir a ser legalizada é o grupo Wagner, declarou o porta-voz do Kremlin.

Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via Reuters
14 de Julho de 2023 às 13:12
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O Kremlin admitiu esta sexta-feira legalizar as empresas militares privadas russas, nomeadamente o grupo Wagner, cuja existência ainda não é autorizada pela lei.

"Legalmente, a empresa militar privada Wagner não existe nem nunca existiu, é uma questão que tem de ser estudada e examinada mais aprofundadamente", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas, acrescentando que a questão é "bastante complexa".

As declarações do porta-voz do Kremlin ocorrem no mesmo dia em que o Presidente russo revelou pela primeira vez pormenores do encontro com Yevgeny Prigozhin e outros comandantes do Grupo Wagner, cinco dias após a suposta rebelião fracassada do grupo mercenário afirmando que "a empresa militar privada não existe".

Numa entrevista publicada hoje no diário russo Kommersant, Vladimir Putin disse ter oferecido aos combatentes do Grupo Wagner a possibilidade de se acantonarem "num só lugar" e de "continuarem a servir" a Rússia.

"Todos eles podiam reunir-se num só lugar e continuar a servir [a Rússia]. Nada mudaria para eles. Seriam liderados pela mesma pessoa que foi o seu verdadeiro comandante durante todo este tempo", disse Putin sobre o conteúdo da proposta feita aos mercenários numa reunião com 35 comandantes do 'Wagner, realizada no Kremlin a 29 de junho.

Entretanto, a Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) aprovou emendas à lei que aumentam a idade máxima de convocação de reservistas de 50 para 55 anos e serão aplicadas gradualmente entre 2024 e 2028. 

De acordo com a agência russa Interfax, as alterações legislativas aplicam-se a soldados rasos, marinheiros (Armada Russa), sargentos e oficiais de baixa patente do Exército e da Marinha de Guerra.

A partir do dia 1 de janeiro de 2024 começa a "fase de transição" que se vai prolongar até ao dia 1 de janeiro de 2028.

As emendas aprovadas hoje preveem também a contratação militar de cidadãos estrangeiros até aos 52 anos de idade, uma possibilidade que se estende a quem tenha estatuto de residente ou outro documento que autorize a residência permanente destas pessoas em países terceiros. 

Com a campanha militar contra a Ucrânia, a Rússia adotou medidas para aumentar os efetivos do Exército sem convocar novas mobilizações de mancebos, profundamente impopulares, promovendo contratos financeiramente atrativos para as Forças Armadas assim como através de um programa de captação de voluntários.
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