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"A bola está do lado da China". Trump pressiona Pequim a dar primeiro passo
A Administração norte-americana parece cada vez mais querer resolver a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, mas quer que a China avance. Trump diz que é Pequim quem tem de querer chegar a acordo com Washington, à semelhança de outros países. "Eles precisam do nosso dinheiro", afirma.
A Administração dos EUA está a colocar a China entre a espada e a parede. Esta terça-feira, a Casa Branca lançou um comunicado onde apela a Pequim para que entre em contacto com Washington, a fim de dar início às negociações sobre as tarifas recíprocas de forma a acalmar a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
"A bola está do lado da China. A China precisa de chegar a um acordo connosco. Nós não temos de fazer um acordo com eles", afirmou Karoline Leavitt, secretária da Casa Branca, que leu uma declaração enviada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump acrescentou que "não há diferenças entre a China e qualquer outro país", apenas o facto de serem "muito maiores". Além disso, a Casa Branca diz que Pequim quer o que os norte-americanos têm e o que todos os outros países também ambicionam ter: o "consumidor americano, ou, por outras palavras, eles precisam do nosso dinheiro".
Os comentários dos EUA surgem depois de as negociações entre Washington e Pequim terem chegado a um impasse na questão das tarifas - e nenhum parece querer ceder, já que tanto os Governos norte-americano como o chinês se castigaram mutuamente com tarifas cada vez mais altas. Neste momento, os EUA aplicam uma tarifa de 145% a produtos importados da China, enquanto o gigante asiático impõe, desde dia 12 de abril, uma taxa de 125% a bens norte-americanos.
Ainda esta terça-feira, Pequim decidiu "atirar mais lenha para a fogueira", ao ter ordenado as companhias aéreas nacionais a se recusarem a receber entregas da Boeing.
A Administração norte-americana tem vindo a fazer acordos com vários parceiros comerciais para que desçam as taxas aplicadas sobre os produtos dos EUA, e, em troca, a Casa Branca alivia as chamadas tarifas recíprocas, anunciadas a 2 de abril, que Trump apelidou de "Dia da Libertação". Entretanto, no dia 10, o Presidente anunciou uma pausa de 90 dias sobre estas tarifas, dando mais tempo aos países para negociarem. A China parece, no entanto, não dar o braço a torcer.