Notícia
Rio acusa Costa de lhe dirigir "quase insultos" e de não querer reformar a Justiça
O líder social-democrata acusou hoje o primeiro-ministro de ter enveredado pelo "quase insulto" na entrevista publicada domingo e de "não quer fazer reforma nenhuma" na Justiça quando "deveria ser o primeiro" a fazê-lo devido à Operação Marquês "e outros casos".
03 de Maio de 2021 às 14:30
"Estamos num país para lá das questões económica e sanitária. Sabemos que há um problema grave com a Justiça, a Justiça não funciona, a Justiça não está de acordo com os parâmetros fundamentais do Estado do Direto Democrático e aquilo que primeiro-ministro tem a dizer às propostas que temos feito de reforma estrutural da Justiça (...) envereda quase pelo insulto", argumentou o líder social-democrata.
Rui Rio, que falava aos jornalistas na sede do PSD no Porto, depois de se ter reunido com o Sindicato dos Oficiais de Justiça, começou por dizer que sobre a entrevista de António Costa ao DN, JN e TSF, publicada no domingo, na revista Notícias Magazine, "podia dizer muito", mas não o faria para "não cair num patamar idêntico".
"Se dissesse muito, caía num patamar idêntico ao dele, e não quero. A entrevista não teve o nível que deve ter para um primeiro-ministro. Os insultos quase que ele me fez não interessam para o futuro do país, mas tiro conclusões. Acho que, infelizmente, todos tiramos a conclusão de que o doutor António Costa e este Governo não quer fazer reforma nenhuma", referiu.
O presidente do PSD considerou que da entrevista ficou a ideia de que "não há esperança nenhuma que este Governo vá fazer uma qualquer reforma na justiça", um Governo do PS que Rio considera que deveria ser "o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na Justiça".
"Este Governo, e em particular este Partido Socialista, devia ser o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na justiça. É no enquadramento que lhe fazem sobre a Operação Marquês e o engenheiro José Sócrates que ele dirige as primeiras palavras desagradáveis, praticamente insultos, à minha pessoa. Perante um caso como a Operação Marquês e muitos outros a resposta não devia ser insultar a oposição, mas de abertura para reformarmos a justiça em Portugal", afirmou.
O líder do PS, António Costa, comparou no domingo o presidente do PSD, Rui Rio, a "um cata-vento" e alertou para os perigos democráticos da "contaminação do PSD pelas ideias do Chega".
"Um cata-vento tem uma grande vantagem sobre o dr. Rui Rio: é que um cata-vento ao menos tem pontos cardeais, o dr. Rui Rio não tem", afirmou o líder socialista e primeiro-ministro em entrevista ao DN, JN e TSF.
A propósito da possibilidade de existir um acordo na Justiça entre os dois maiores partidos, o secretário-geral do PS faz duras críticas ao líder social-democrata, afirmando que "desistiu de disputar o centro com o PS e a única coisa que agora quer disputar é ali 2 ou 3% dos votos com o Chega", tendo feito um acordo nos Açores e "já importou uma senhora para candidata à Câmara da Amadora", Suzana Garcia.
Sobre a questão dos Açores, Rui Rio disse que "o primeiro-ministro não conseguiu ultrapassar a derrota que teve nos Açores", uma derrota "pior do que o normal", daí que "tudo o que diga roça quase a componente do insulto".
"O que aconteceu nos Açores foi aquilo que povo português costuma dizer: 'Quem com ferros mata, com ferros morre'. Na região Autónomas aconteceu aquilo que ele fez em Portugal em 2015, provou do seu próprio veneno. Não engoliu ainda essa derrota. Tudo o que ele diz nesse enquadramento são questões de ordem emocional mais do que racional", considerou Rui Rio que no domingo, num comentário de cinco linhas e 280 carateres na sua conta no Twitter, já tinha acusado Costa de "hipocrisia" pelas críticas que lhe fez na área da justiça.
Hoje, em resposta aos jornalistas, o presidente do PSD disse que Costa o "atacou", dizendo que os sociais-democratas querem "interferir na independência do poder judicial", isto "na semana em que o Parlamento Europeu o está a criticar justamente pelo seu Governo ter interferido na independência do poder judicial ao escolher para Procurador Europeu não quem tinha o mérito para isso, mas quem ele ou Governo quer que vá para esse lugar".
"Escolheu a pior altura para fazer uma acusação aos outros quando as instâncias internacionais estão a criticá-lo a ele por fazer o que ele diz que os outros fazem. Que não fazem. O que estamos a fazer são propostas equilibradas, decentes e para discussão pública", apontou.
Já à pergunta sobre se vê um possível acordo para reforma na Justiça de alguma forma inviabilizado, Rui Rio respondeu que sim, mas sendo líder da oposição continuará disponível.
"Se fosse comentador diria que 'acho' [que o acordo parece inviabilizado]. Mas não sou comentador, sou líder da oposição e tenho de olhar em frente e continuar disponível por essa que entendo como fundamental em Portugal. O primeiro-ministro não quer, o PS não quer, mas eu continuo disponível porque se eu tiver aqui estados de alma, amuava e dizia 'com ele não falo mais porque ele não foi correto comigo'. Não posso estar com estados de alma com o cargo de responsabilidade que tenho", concluiu.
Rui Rio, que falava aos jornalistas na sede do PSD no Porto, depois de se ter reunido com o Sindicato dos Oficiais de Justiça, começou por dizer que sobre a entrevista de António Costa ao DN, JN e TSF, publicada no domingo, na revista Notícias Magazine, "podia dizer muito", mas não o faria para "não cair num patamar idêntico".
O presidente do PSD considerou que da entrevista ficou a ideia de que "não há esperança nenhuma que este Governo vá fazer uma qualquer reforma na justiça", um Governo do PS que Rio considera que deveria ser "o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na Justiça".
"Este Governo, e em particular este Partido Socialista, devia ser o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na justiça. É no enquadramento que lhe fazem sobre a Operação Marquês e o engenheiro José Sócrates que ele dirige as primeiras palavras desagradáveis, praticamente insultos, à minha pessoa. Perante um caso como a Operação Marquês e muitos outros a resposta não devia ser insultar a oposição, mas de abertura para reformarmos a justiça em Portugal", afirmou.
O líder do PS, António Costa, comparou no domingo o presidente do PSD, Rui Rio, a "um cata-vento" e alertou para os perigos democráticos da "contaminação do PSD pelas ideias do Chega".
"Um cata-vento tem uma grande vantagem sobre o dr. Rui Rio: é que um cata-vento ao menos tem pontos cardeais, o dr. Rui Rio não tem", afirmou o líder socialista e primeiro-ministro em entrevista ao DN, JN e TSF.
A propósito da possibilidade de existir um acordo na Justiça entre os dois maiores partidos, o secretário-geral do PS faz duras críticas ao líder social-democrata, afirmando que "desistiu de disputar o centro com o PS e a única coisa que agora quer disputar é ali 2 ou 3% dos votos com o Chega", tendo feito um acordo nos Açores e "já importou uma senhora para candidata à Câmara da Amadora", Suzana Garcia.
Sobre a questão dos Açores, Rui Rio disse que "o primeiro-ministro não conseguiu ultrapassar a derrota que teve nos Açores", uma derrota "pior do que o normal", daí que "tudo o que diga roça quase a componente do insulto".
"O que aconteceu nos Açores foi aquilo que povo português costuma dizer: 'Quem com ferros mata, com ferros morre'. Na região Autónomas aconteceu aquilo que ele fez em Portugal em 2015, provou do seu próprio veneno. Não engoliu ainda essa derrota. Tudo o que ele diz nesse enquadramento são questões de ordem emocional mais do que racional", considerou Rui Rio que no domingo, num comentário de cinco linhas e 280 carateres na sua conta no Twitter, já tinha acusado Costa de "hipocrisia" pelas críticas que lhe fez na área da justiça.
Hoje, em resposta aos jornalistas, o presidente do PSD disse que Costa o "atacou", dizendo que os sociais-democratas querem "interferir na independência do poder judicial", isto "na semana em que o Parlamento Europeu o está a criticar justamente pelo seu Governo ter interferido na independência do poder judicial ao escolher para Procurador Europeu não quem tinha o mérito para isso, mas quem ele ou Governo quer que vá para esse lugar".
"Escolheu a pior altura para fazer uma acusação aos outros quando as instâncias internacionais estão a criticá-lo a ele por fazer o que ele diz que os outros fazem. Que não fazem. O que estamos a fazer são propostas equilibradas, decentes e para discussão pública", apontou.
Já à pergunta sobre se vê um possível acordo para reforma na Justiça de alguma forma inviabilizado, Rui Rio respondeu que sim, mas sendo líder da oposição continuará disponível.
"Se fosse comentador diria que 'acho' [que o acordo parece inviabilizado]. Mas não sou comentador, sou líder da oposição e tenho de olhar em frente e continuar disponível por essa que entendo como fundamental em Portugal. O primeiro-ministro não quer, o PS não quer, mas eu continuo disponível porque se eu tiver aqui estados de alma, amuava e dizia 'com ele não falo mais porque ele não foi correto comigo'. Não posso estar com estados de alma com o cargo de responsabilidade que tenho", concluiu.