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Rex Tillerson quer cortar 26% do orçamento do Departamento de Estado

O secretário de Estado norte-americano quer eliminar 2.300 empregos, como parte de um plano de redução do orçamento em 26% para o próximo ano, segundo fontes da estrutura diplomática dos EUA.

Reuters
28 de Abril de 2017 às 22:25
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As propostas de Rex Tillerson (na foto) reduzem o número de diplomatas a contratar e incluem a possível fusão da Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID, na sigla em inglês) no Departamento de Estado, segundo os dirigentes a quem foi apresentada a proposta.

 

Os cortes de pessoal que vão ser propostos incidem sobre cerca de 3% da força laboral do Departamento, que é de aproximadamente 75.000.

 

A proposta é uma resposta ao apelo do Serviço de Gestão e Orçamento da Casa Branca, para que os orçamentos do Departamento de Estado e da AID sejam reduzidos em 31%, adiantaram estes dirigentes, sob anonimato, uma vez que não estão autorizados a falar em público sobre um plano ainda não divulgado.

 

O plano de Tillerson reduz em 26% os gastos orçamentados para o Departamento de Estado, quantificaram as mesmas fontes. Essa pretensão vai encontrar resistência dos congressistas que se opõem à redução do governo federal.

 

Cortar mais de um quarto do orçamento do Departamento de Estado, que é de 50,1 mil milhões de dólares (46 mil milhões de euros), vai implicar reduções drásticas no pessoal e nos programas de acção, a que muitos congressistas e outros dirigentes fora do Congresso se opõem.

 

Congressistas e actuais e antigos dirigentes militares seniores têm dito que se opõem a cortes massivos ao orçamento diplomático, que representa apenas 1% do orçamento federal.

 

Na quinta-feira, um grupo de 43 senadores dos dois partidos exigiu um "financiamento robusto" para o Departamento de Estado e a AID. "Quando enfrentamos os múltiplos desafios à segurança nacional no mundo, os cortes profundos nesta área são míopes, contraproducentes e até perigosos", escreveram na carta que dirigiram à comissão senatorial, que é a maior da instituição, que afecta os recursos financeiros às várias estruturas governamentais. 

 

A meio de Março a imprensa avançava que o corte no Departamento de Estado dos EUA poderia ser de 28%. E, antes disso, a 27 de Fevereiro, a Casa Branca deixou escapar que na sua proposta de orçamento para os departamentos federais (equivalentes aos nossos ministérios) constaria o prometido aumento de Trump nos gastos com a defesa, financiado em parte através de cortes no dinheiro destinado ao Departamento de Estado, Agência de Protecção Ambiental e outros programas não ligados à Defesa.

 

Segundo as informações da Reuters, citando fontes conhecedoras do processo, Trump pretenderia atribuir mais 54 mil milhões de dólares ao Pentágono, cortando na mesma proporção os gastos destinados às áreas que não se inserem na Defesa.

 

O presidente, de acordo com uma das fontes, deixará que seja o Departamento da Defesa a decidir onde deve gastar este dinheiro extra.

 

O orçamento do Departamento de Estado seriareduzido, nos termos desta proposta, em 30% - obrigando a uma vasta reestruturação daquele departamento e a eliminação de programas, salientou uma outra fonte, que trabalha no Serviço de Gestão e Orçamento.

 

Agora, com estes novos valores, a redução no Departamento de Estado é um pouco inferior (26%), mas vai certamente continuar a encontrar muita resistência.

 

Alguns especialistas em Defesa têm questionado a necessidade de um substancial aumento dos gastos a nível militar, uma vez que esse departamento já conta com 600 mil milhões de dólares por ano – ao passo que o país destina anualmente cerca de 50 mil milhões de dólares ao Departamento de Estado e ajuda externa.

 

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