Os momentos nacionais

6 de Setembro Alberto da Ponte é o novo presidente da RTP. O antigo presidente executivo da Sociedade Central de Cervejas é o nome escolhido para presidente do Conselho de Administração da estação pública. O novo presidente será coadjuvado por Luiana Nune, que transita da anterior administração, e por José Lopes de Araújo, que era até agora director de assuntos jurídicos e institucionais da RTP.

7 de Setembro Passos Coelho anuncia aumento da TSU para os trabalhadores. Num discurso à Nação, marcado para as 19h20, Pedro Passos Coelho anuncia novas medidas de austeridade para 2013: o aumento da taxa social única para os trabalhadores em 11% para 18%, descida da taxa para as empresas e a supressão de um subsídio para os funcionários públicos. Este discurso marca um ponto final na paz política e, também, na paz social do País. A 9 de Setembro, o primeiro-ministro escreve no Facebook que o discurso de sexta-feira foi "um dos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer". (Saberão eles o que fazem?)    

As reacções por parte da oposição ao discurso de Passos Coelho não se fizeram esperar. A 9 de Dezembro, o líder do PS afirma que o seu partido "não pode pactuar" nem será cúmplice do caminho de austeridade seguido pelo Governo". Já o PCP acusa Passos Coelho de "descaramento inacreditável". "Se o País há muito estava mal, tudo ficou pior", disse Jerónimo de Sousa.

11 de Setembro Vítor Gaspar anuncia mais medidas de austeridade. Pedro Passos Coelho deu as notícias mais duras a 7 de Setembro. Quatro dias mais tarde, o ministro das Finanças anunciou novas medidas de austeridade. Funcionários públicos e reformados voltam a estar na linha da frente dos sacrifícios. Património de luxo e rendimentos de capitais verão a tributação agravada. Entre as medidas anunciadas por Gaspar, estão a redução dos escalões de IRS, a subida da idade da reforma para os 65 anos e cortes nas pensões acima de 1.500 euros. (As espadas)

Na mesma ocasião, Vítor Gaspar anuncia que troika flexibilizou a meta do défice orçamental para os próximos três anos.     

15 de Setembro A manifestação de quem não se manifesta. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas num dos mais impressionantes protestos desde o 25 de Abril de 1974. O "dia 15 de Setembro era de todos, independentemente da cor partidária, do pensamento político, da militância cívica. Era de todos os escalões do IRS, de todos os beneficiários dos apoios sociais. Da economia paralela e da outra. Era dos novos, muito novos e menos novos, e dos mais velhos, dos que já viveram dias assim, mas noutros tempos. Era dos cartazes artesanais e dos rostos anónimos."

Esta manifestação lança o mote para uma onde de protestos de rua, que irão durar até à aprovação do Orçamento do Estado.

17 de Setembro Portas quer abertura do Governo para negociar. Paulo Portas quebra o silêncio sobre o aumento da TSU para os trabalhadores. Pede ao Governo "abertura para avaliar a situação com os parceiros sociais e com as instituições do País". O ministro dos Negócios Estrangeiros garante ter sido informado da medida, tendo acabado por anuir sem, no entanto, deixar de alertar que "havia outros caminhos".  

21 de Setembro Cavaco Silva reúne o Conselho de Estado. O Presidente da República promove uma reunião do Conselho de Ministros, onde excepecionalmente está presente o ministro das Finanças. Vítor Gaspar explica aos conselheiros quais as implicações da medida (aumento da TSU) que colocou o País contra o Governo e desestabilizou a coligação que politicamente o sustenta.  

24 de Setembro Passos Coelho deixa cair aumento da TSU para os trabalhadores. A abertura de Passos Coelho para substituir a polémica medida de desvalorização fiscal - que previa um aumento da taxa contributiva dos trabalhadores de 11% para 18%, ao mesmo tempo que a das empresas caia 5,75 pontos - foi oficializada no comunidado do Conselho de Estado, que revela a disponibilidade do Governo para "estudar" alternativas. Esta medida é substituída por um aumento do IRS sobre todos os trabalhadores, do sector público e privado, e também sobre os reformados.   

Os momentos internacionais

7 de Setembro BCE ajuda Portugal a evitar um novo empréstimo. O Banco Central Europeu anuncia um plano de compra de dívida ao abrigo do novo OMT (sigla para "Outright Monetary Transactions"). Ao contrário do primeiro plano de compra de dívida pública, onde gastou mais de 200 mil milhões de euros a tentarm sem êxito, baixar os juros, o BCE exigirá aos países candidatos à ajuda de Frankfurt que se submetam a uma condicionalidade "rigorosa". Terão, portanto, de fazer um pedido prévio de ajuda aos fundos de resgate FEEF/MEE, de que são accionistas os Estados do euro.

12 de Setembro Eleições legislativas na Holanda. A direita liberal, liderada por Mark Rutte, vence as eleições legislativas na Holanda. Os trabalhistas de Diederik Samsom são a segunda força mais votada e irão coligar-se com o partido de Rutte. Estas eleições eram vistas como uma espécie de barómetro do sentimento do Norte europeu relativamente à austeridade e aos programas de resgate em curso nos países periféricos.

13 de Setembro Apple lança o iPhone 5. Quase um ano após o desaparecimento de Steve Jobs, a Apple anuncia o lançamento do novo iPhone. Mais leve e fino do que a versão anterior.