Os principais índices norte-americanos encerraram a primeira sessão da semana a registar ganhos. A recuperação dos principais índices chega após quatro semanas de perdas consecutivas para Wall Street, exacerbadas pela política de comércio externo seguida pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e pela queda da confiança dos consumidores do lado de lá do Atlântico.

O S&P 500 ganhou 0,64% para os 5.675,12 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,31% para 17.808,66 pontos. Já o Dow Jones avançou 0,85% para 41.841,63 pontos.

A impulsionar o sentimento dos investidores esta segunda-feira esteve o relatório de vendas a retalho de fevereiro. As vendas aumentaram 0,2% em fevereiro de 2025, recuperando de uma queda de 1,2% em janeiro. O valor ficou, ainda assim, abaixo das previsões do mercado, que apontavam para um aumento de 0,6%, de acordo com a Trading Economics.

Embora os mais recentes dados económicos não alterem as apostas dos investidores sobre a trajetória de flexibilização da política monetária norte-americana, os valores trouxeram algum alívio quanto ao facto de os gastos dos consumidores não estarem em queda com uma guerra comercial em curso.

À Bloomberg, Bret Kenwell da eToro, defende que "se o consumidor conseguir aguentar-se, há uma boa hipótese de a economia também".

Sobre o impacto das políticas da Administração norte-americana em Wall Street, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou este domingo, em entrevista à NBC, não estar preocupado com a recente queda dos índices. "Estou no negócio dos investimentos há 35 anos e posso dizer-vos que as correções são saudáveis, são normais", disse Bessent. "Não estou preocupado com os mercados. A longo prazo, se implementarmos uma boa política fiscal, a desregulamentação e a segurança energética, os mercados sair-se-ão bem", acrescentou Bessent à NBC.

Os investidores aguardam agora pela reunião da Reserva Federal, que anunciará a sua decisão no que toca à política monetária em curso, esta quarta-feira, após reunir por dois dias. Os investidores não esperam nenhuma alteração nas taxas diretoras por parte da Fed, e o foco vai estar, assim, nas projeções económicas atualizadas e nos comentários do presidente da Fed, Jerome Powell.

Entre os movimentos de mercado, a Intel disparou quase 7%, depois de se saber que o novo CEO, Lip-Bu Tan, está a considerar reformular as operações de fabrico de "chips" e as estratégias de inteligência artificial da tecnológica.

Quanto às "big tech", a Nvidia perdeu 1,76%, a Amazon caiu 1,12%, a Meta cedeu 0,44%, a Alphabet desvalorizou 0,63% e a Apple subiu 0,24%. Já a Microsoft manteve-se praticamente inalterada com uma ligeira valorização de 0,036%.