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Xangai: restaurante vai pagar 650 euros por não ter licença para servir pepino ralado
Um restaurante em Xangai foi condenado a pagar uma coima de 5 mil yuans, o equivalente a 650 euros à taxa de câmbio atual, por alegadamente não deter licença para servir pepino ralado. Entre derramas e coimas, as administrações regionais tentam contornar a falta de receita proveniente da ausência de contribuições sobre o setor imobiliário, à medida que a economia ainda está a tentar recuperar.
As críticas contra as taxas e coimas impostas pelos governos locais na China voltaram a fazer-se sentir numa rede social popular no país, a Weibo (uma rede social semelhante ao Twitter), e tudo por causa de pepino.
Um restaurante em Xangai foi condenado a pagar uma coima de 5 mil yuans, o equivalente a 650 euros à taxa de câmbio atual, por alegadamente não deter licença para servir pepino ralado.
Rapidamente, fizeram-se ouvir as críticas nas redes sociais, tendo tornado-se viral uma publicação na Weibo que, fazendo referência ao caso, afirmava: "se quiserem multar-te até colocar vinagre pode estar errado". O "post" registou cerca de 9,5 milhões de visualizações.
Nos últimos tempos, à medida que o país luta contra a estagnação económica, os governos regionais têm tentado encontrar métodos de financiamento para contornar a falta de derramas, sobretudo no âmbito do imobiliário, em que as taxas sobre transações de terrenos e casas acabam por ser a receita mais preciosa destas administrações locais.
No mês passado, os camionistas da província central de Henan questionaram a precisão das máquinas de pesagem de veículos do governo regional, devido às massivas e avultadas coimas, por alegados excessos de peso destas viaturas. O diário espanhol El Economista noticiou que um condutor terá mesmo sido obrigar um total de 35,2 mil euros em coimas.
Por sua vez, em Guangxi, umas das províncias mais endividadas da China, una empresa pública de estacionamento decidiu em maio aumentar os preços, levando vários condutores a acumularem dívidas de estacionamento de milhares de yuans.
Vários utilizadores do Weibo questionaram a legitimidade do governo regional para dar luz verde desta medida, o que levou o presidente da câmara de Nanning a pedir desculpas pelo sucedido, durante uma conferência de imprensa.