Notícia
Regling: Portugal está a ganhar "competitividade e flexibilidade"
O presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), Klaus Regling, defendeu hoje que Portugal está a ganhar "competitividade e flexibilidade", cumprindo "totalmente" o programa de ajuda externa.
20 de Abril de 2012 às 17:17
O presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), Klaus Regling, defendeu hoje que Portugal está a ganhar "competitividade e flexibilidade", cumprindo "totalmente" o programa de ajuda externa.
Regling falava no Instituto Europeu de Washington, à margem das reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional, nas quais sustentou que a crise levou a passos até há pouco "inimagináveis" no fortalecimento da união monetária.
O responsável do FEEF, ex-dirigente do FMI e de 'hedge funds' (fundos de investimento), analisou a Irlanda e Portugal, considerando que o primeiro é "uma história de sucesso" de ajustamento orçamental e recuperação de confiança dos mercados, que viu os juros das suas obrigações a 10 anos caírem para metade. No caso de Portugal, disse que está "no bom caminho", e olhou ainda para a Grécia, afirmando que este país tem um problema "não de liquidez, mas de solvência".
"Portugal não está tão avançado como a Irlanda, o que não é surpreendente, pois o programa começou mais tarde meio ano", disse Regling."Portugal está no caminho, sempre que a 'troika' lá vai confirma que está a implementar o programa totalmente, sem nenhuma escorregadela, com ajustamento orçamental, mais flexibilidade no mercado laboral, e a competitividade a melhorar", adiantou.
Regling disse ainda que Espanha e Itália estão a tomar medidas para lidar com as suas próprias dificuldades orçamentais e que a Grécia é "um caso especial", não sendo de prever que "algum dos outros países" precise do tipo de programa estendido ao país.
A nível europeu, tal como a nível nacional, adiantou, houve no último ano "muita acção", "mais do que alguém esperaria", com o fortalecimento do pacto de estabilidade, reforço do Eurostat e nova arquitectura de supervisão.
"Pode sempre argumentar-se que pode fazer-se mais mas é impressionante a massa crítica de melhoria, que me deixa confiante de que a união monetária depois da crise vai funcionar melhor do que antes", disse Regling.
Considerou ainda "errada" a visão de alguns académicos e dos mercados de que a crise se resolve só com "mais poder de fogo" para "financiamento de emergência", como no caso do FEEF. Esta infra-estrutura, adiantou, foi de inexistente antes da crise até uma dimensão de 440 mil milhões de euros, que podem ser aplicados num "arsenal" que inclui programas de ajuda, recapitalização de bancos ou intervenção em mercados obrigacionistas primários e secundários.
O FEEF tem financiado programas como o de Portugal através da emissão de obrigações e "sem problemas, sempre com procura elevada", em particular de fundos soberanos, do Médio Oriente e até de grandes investidores norte-americanos através da 'city' de Londres.
Regling rejeitou o argumento de que a União Europeia esteja a falhar em termos de crescimento económico, em comparação com os Estados Unidos, sublinhando que quando considerado este indicador per capita, a evolução do PIB "tem sido igual" nos dois blocos e que a produtividade e nível vida estão na mesma linha.
Em termos de estímulo, afirmou, a prioridade dos líderes políticos vai para "áreas que não custam dinheiro e podem gerar crescimento", tal como o aumento da participação das mulheres na economia, reformas do mercado laboral, reforço do sector serviços.
Regling reconheceu que mais precisa de ser feito ao nível da união bancária e resolução de bancos problemáticos, algo que "não é para os próximos dois anos" e mostrou-se "surpreendido que o FMI ache que pode acontecer de um dia para o outro", criando "espaço para mais desilusões".
Regling falava no Instituto Europeu de Washington, à margem das reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional, nas quais sustentou que a crise levou a passos até há pouco "inimagináveis" no fortalecimento da união monetária.
"Portugal não está tão avançado como a Irlanda, o que não é surpreendente, pois o programa começou mais tarde meio ano", disse Regling."Portugal está no caminho, sempre que a 'troika' lá vai confirma que está a implementar o programa totalmente, sem nenhuma escorregadela, com ajustamento orçamental, mais flexibilidade no mercado laboral, e a competitividade a melhorar", adiantou.
Regling disse ainda que Espanha e Itália estão a tomar medidas para lidar com as suas próprias dificuldades orçamentais e que a Grécia é "um caso especial", não sendo de prever que "algum dos outros países" precise do tipo de programa estendido ao país.
A nível europeu, tal como a nível nacional, adiantou, houve no último ano "muita acção", "mais do que alguém esperaria", com o fortalecimento do pacto de estabilidade, reforço do Eurostat e nova arquitectura de supervisão.
"Pode sempre argumentar-se que pode fazer-se mais mas é impressionante a massa crítica de melhoria, que me deixa confiante de que a união monetária depois da crise vai funcionar melhor do que antes", disse Regling.
Considerou ainda "errada" a visão de alguns académicos e dos mercados de que a crise se resolve só com "mais poder de fogo" para "financiamento de emergência", como no caso do FEEF. Esta infra-estrutura, adiantou, foi de inexistente antes da crise até uma dimensão de 440 mil milhões de euros, que podem ser aplicados num "arsenal" que inclui programas de ajuda, recapitalização de bancos ou intervenção em mercados obrigacionistas primários e secundários.
O FEEF tem financiado programas como o de Portugal através da emissão de obrigações e "sem problemas, sempre com procura elevada", em particular de fundos soberanos, do Médio Oriente e até de grandes investidores norte-americanos através da 'city' de Londres.
Regling rejeitou o argumento de que a União Europeia esteja a falhar em termos de crescimento económico, em comparação com os Estados Unidos, sublinhando que quando considerado este indicador per capita, a evolução do PIB "tem sido igual" nos dois blocos e que a produtividade e nível vida estão na mesma linha.
Em termos de estímulo, afirmou, a prioridade dos líderes políticos vai para "áreas que não custam dinheiro e podem gerar crescimento", tal como o aumento da participação das mulheres na economia, reformas do mercado laboral, reforço do sector serviços.
Regling reconheceu que mais precisa de ser feito ao nível da união bancária e resolução de bancos problemáticos, algo que "não é para os próximos dois anos" e mostrou-se "surpreendido que o FMI ache que pode acontecer de um dia para o outro", criando "espaço para mais desilusões".