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Receios dos investidores catapultam risco da dívida de Portugal

A situação das contas públicas de Portugal continua a centrar as atenções dos investidores, que mantêm sob pressão as Obrigações do Tesouro. As "yields" das OT a 10 anos voltam, hoje, a disparar, enquanto os CDS, os seguros contra o incumprimento do país, atingiram também um novo recorde. A alta tensão está a afundar a bolsa de Lisboa.

04 de Fevereiro de 2010 às 10:37
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A situação das contas públicas de Portugal continua a centrar as atenções dos investidores, que mantêm sob pressão as Obrigações do Tesouro. As “yields” das OT a 10 anos voltam, hoje, a disparar, enquanto os CDS, os seguros contra o incumprimento do país, atingiram também um novo recorde. A alta tensão está a afundar a bolsa de Lisboa.

Pelo segundo dia consecutivo, e hoje até com maior expressão, a praça portuguesa afunda. O PSI-20 está a cair 3,55%, e a liderar as quedas a nível mundial, sendo este um reflexo da percepção do risco de Portugal junto dos investidores, devido ao elevado défice do país que tem sido alvo de vários alertas.

Depois das agências de “rating” terem efectuado alguns reparos após a apresentação do Orçamento do Estado para 2010, ontem Joaquim Almunia, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, ter afirmado que o Governo português vai ter de “intensificar” o ritmo de consolidação orçamental, e de ter “colado” o país à Grécia.

Ontem, as “yields” das OT a 10 anos registaram a maior subida desde Março de 2009, ao subirem mais de 20 pontos. A tendência prossegue, já que “o foco [dos investidores] está a mudar para Portugal e Espanha, onde os planos de redução do défice são menos ambiciosos do que o Grego”, comentou à Bloomberg Kornelius Purps, analista da UniCredit Markets.

A rentabilidade das OT está novamente a subir. Avança 10 pontos para 4,757%, o nível mais elevado em 11 meses. Na Grécia as “yields” avançam 4 pontos base e sobem apenas 3 pontos base em Espanha, país que hoje efectuou uma nova emissão, a três anos, pagando o juro bem mais elevado.

Os receios dos investidores estão, assim, a encarecer o custo de financiamento da dívida portuguesa, situação que aumenta o risco do país. Esse maior risco é visível através dos “credit default swaps” (CDS) da dívida pública, que hoje sobem 15 pontos base para um recorde de 211 pontos base, de acordo com Bloomberg, que cita dados da CMA Datavision.

A subida é mais acentuada em Portugal mas também se regista nos países agora denominados de “periféricos” da Zona Euro. “O factor de risco nos mercados de crédito é a crise de confiança nos países periféricos da Zona Euro” adiantou o analista Stefan Kolek à agência de notícias Bloomberg.


Os CDS, instrumentos que permitem aos investidores protegerem-se contra incumprimento da dívida do emitente, de Espanha estão a subir 12 pontos base para 164. Já os da Grécia dispararam 18 pontos base para 415,5, enquanto os de Itália avançam 7 pontos base para 138.

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