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"PT usada para lançar novo grupo de media"

O "Sol" noticia hoje que "o plano de controlo da comunicação social ia muito além da compra de 30% da TVI". Segundo as escutas interceptadas, percebe-se que em simultâneo com a tomada da Media Capital, a estratégia passava pela compra de um grande grupo de comunicação social, que se tornaria parceiro estratégico da PT: numa primeira fase seria a Cofina ou a Impresa, e no fim surgiu a hipótese do grupo Controlinveste de Joaquim Oliveira.

12 de Fevereiro de 2010 às 09:12
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O “Sol” noticia hoje que “o plano de controlo da comunicação social ia muito além da compra de 30% da TVI”. Segundo as escutas interceptadas, percebe-se que em simultâneo com a tomada da Media Capital, a estratégia passava pela compra de um grande grupo de comunicação social, que se tornaria parceiro estratégico da PT: numa primeira fase seria a Cofina ou a Impresa, e no fim surgiu a hipótese do grupo Controlinveste de Joaquim Oliveira.

“Nesta conjugação de interesses entre poder político e económico surge, como ponta-de-lança apoiada pela PT, a Ongoing, liderada por Nuno Vasconcelos e Rafael Mora”, escreve o semanário.

“À PT interessa ter um accionista forte no campo do media, ainda mais se se consubstanciar uma operação com a Media Capital”, diz o administrador da PT, Fernando Soares Carneiro numa conversa com Armando Vara na manhã de 24 de Junho de 2009 (o mesmo dia em José Sócrates foi questionado no Parlamento sobre o interesse da PT na Media Capital).

Segundo o “Sol” foram as conversas interceptadas neste dia que lançam alguma luz sobre os negócios que corriam nos bastidores, à sombra da PT. Nesse dia, Vara fala com Fernando Soares Carneiro, um dos administradores executivos da PT (e representante da ‘golden share do Estado) sobre negócios entre esta e o BCP.

Para conseguir liquidez, o BCP emitiu, nessa altura, 300 milhões de obrigações, que pretendia que a PT subscrevesse algumas dezenas de milhões. Em troca, a PT poderia fazer algum investimento no BCP.

Na conversa entre Vara e Soares Carneiro, o administrador da PT pergunta ao então vice-presidente do BCP se “pode dar um pontapé para cima em relação ao Paulo Fernandes porque a CGD ‘borregou’ um bocado”. “Está previsto uma compra da parte dele da informação pela empresa de Nuno Vasconcelos com conhecimento do amigo do Vara, ou melhor por indução do amigo”.

Segundo o “Sol”, seis minutos mais tarde Soares Carneiro volta a ligar a Vara para lhe dizer que “por indução de cima foi acordado que se tentaria comprar o Correio da Manhã ou mesmo a Cofina e que isso foi colocado na empresa (PT) como objectivo”.

Num “sms” enviado a Vara, Soares Carneiro escreve: “Para não haver dúvidas, a operação que te referi há pouco de uma eventual compra da Cofina integra-se, como não poderia deixar de ser, numa intenção estratégica de estruturação empresarial do grupo Ongoing sem quaisquer contornos políticos”. Isto “permitiria reduzir o nível de endividamento excessivo que a empresa [Cofina] tem em consequência da queda das acções da Zon”, continua o administrador da PT.

No despacho relativo à primeira certidão, o procurador de Aveiro, Marques Vidal, referia que o plano seria executado através do “controlo da comunicação do grupo TVI, bem como a aquisição do jornal Publico como o mesmo objectivo e, por último, mas apenas em consequência das necessidades do negócio, a aquisição do grupo Cofina”.

Cavaco Silva exige transparência nos negócios

Um dia mais tarde a 25 de Junho, o Presidente da República pronuncia-se sobre o interesse da PT na Media Capital e afirma que é preciso “transparência nos negócios” e que os responsáveis da PT tinham que explicar o que se estava a passar. Nesse dia mesmo dia, Zeinal Bava dá uma entrevista à RTP. Por sms Paulo Penedos pergunta a Rui Pedro Soares se “ele já sabe” que Sócrates mandara abortar o negócio e Pedro Soares responde: “Vou ter que tirar o sonho do Zeinal”.

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